Arthur César Pereira de Lira (foto) reelegeu-se nesta quarta-feira (1º) para mais dois anos na presidência da Câmara com a maior votação da história. O deputado do PP de Alagoas obteve 464 votos dos seus pares, contra 21 do psolista Chico Alencar (RJ) e 19 de Marcel van Hattem (Novo-RS).

Principal defensor do orçamento secreto durante o governo de Jair Bolsonaro, a quem deu apoio, Lira consegiu costurar para sua reeleição um bloco com 21 dos 23 partidos representados na Casa, incluindo o PL do ex-presidente e o PT do atual presidente, Lula.

Fez isso distribuindo benesses entre os deputados nas últimas semanas —por exemplo, dobrando o auxílio-moradia, aumentando o auxílio-combustível e liberando mais cargos para os partidos nomearem assessores.

Lira nasceu em Maceió, em 25 de junho de 1969, filho do ex-senador Benedito de Lira. Hoje Benedito é prefeito de Barra de São Miguel (AL), um dos municípios brasileiros mais beneficiados com as verbas do orçamento secreto —foram cerca de R$ 12,7 milhões em emendas de relator para a cidade, que tem 8,4 mil habitantes.

Presente à posse do filho nesta quarta, o ex-senador passou mal e teve de ser socorrido pela equipe médica da Câmara; a sessão foi suspensa por cinco minutos.

O atual presidente da Câmara foi vereador em Maceió de 1993 a 1999, deputado estadual alagoano de 1999 a 2011 e se elegeu deputado federal pela primeira vez 2011; preside a Casa desde fevereiro de 2021. Em sua carreira política, passou por PFL (hoje União Brasil), PSDB, PTB, PP e PMN antes de voltar para o PP, onde está desde 2009.

Seu principal rival na política de Alagoas é Renan Calheiros (MDB). Na eleição estadual do ano passado, o senador alagoano —aliado de Lula, que deu o Ministério dos Transportes a Renan Filho— conseguiu emplacar Paulo Dantas (MDB) como governador.