Integrantes do primeiro escalão do governo Lula têm demonstrado incômodo pela forma como ministro da Justiça, Flávio Dino, tem conduzido o caso Anderson Torres.

Na terça-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão do ex-auxiliar de Jair Bolsonaro. Desde então, Torres negocia uma rendição com a cúpula do Ministério da Justiça. A expectativa inicial era que ele se entregasse ontem; depois, houve dois novos adiamentos. Agora, Torres prometeu se entregar apenas amanhã.

Em coletiva realizada há pouco, Dino afirmou que se Anderson Torres não se entregar no final de semana, ele iniciará o processo de extradição do ex-ministro. Na visão de auxiliares de Lula, conforme apurou este site, essa providência já é considerada tardia, já que há a possibilidade de Torres manter contato com Jair Bolsonaro para tentar destruir eventuais provas que incriminem tanto o ex-presidente quanto seu ex-auxiliar.

Na semana passada, Dino teve um enfrentamento com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Múcio foi considerado leniente pela ala mais radical do PT; agora, essa acusação começa a ser voltar contra Dino.