2022 foi o pior ano para os fundos de investimentos em duas décadas
Os fundos de investimentos brasileiros tiveram a maior retirada de recursos anual desde o início do levantamento da Anbima....
Os fundos de investimentos brasileiros tiveram a maior retirada de recursos anual desde o início do levantamento da Anbima. Ao todo, os veículos de investimentos registraram captação líquida negativa de R$ 162,9 bi, contra R$ 412,5 bi positivos em 2021.
Os fundos de Renda Fixa tiveram a pior performance entre as classes disponíveis aos investidores. Depois de captarem mais de R$ 232 bi, em 2021, com o início do ciclo de alta da Selic atraindo muita gente, no ano passado, a turbulência econômica com pandemia, guerra e eleições nacionais acabou provocando a saída de R$ 48,9 bi. O mês de dezembro foi particularmente desafiador para os gestores de fundos de Renda Fixa, com a retirada líquida de mais de R$ 123 bi.
Os fundos de ações também viram uma fuga dos investidores durante o ano de 2022, com uma captação líquida negativa acumulada de R$ 70 bi, depois de um 2021 modesto com R$ 5 bi a mais nas carteiras. E o problema deve se prolongar durante os próximos meses uma vez que os esses tipos de fundos tem uma carência de 30 a 90 dias para o saque, o que significa que a retirada de recursos dos investidores menos otimistas com a tensão eleitoral deve repercutir nos primeiros meses deste ano.
Por fim, os fundos multimercados (que têm mandato com maior flexibilidade na estratégia de investimento) também reverteram o bom ano de 2021, quando captaram quase R$ 70 bi, para uma saída líquida recorde de R$ 87,6 bi.
Apesar do movimento de aversão a risco dos investidores, os fundos de renda fixa e multimercados registraram rentabilidades positivas em praticamente todos os tipos. Os fundos de renda fixa simples (que aplicam, no mínimo, 95% do patrimônio em títulos públicos federais), por exemplo, renderam 11,69% em 2022. Desempenho parecido com os multimercados do tipo balanceados (que por característica não se alavancam e tem estratégia previamente definida em regulamento) renderam em média 11,52% para os investidores que resistiram à volatilidade do ano passado.
Movimento foi concentrado em fundos de baixa duração
Fundos que investem prioritariamente em exterior (mais de 67% do patrimônio) tiveram saída de R$ 26,1 bi em 2022
Patrimônio líquido foi de R$ 7,4 trilhões em 2022, alta de 7,1%
Fundos multimercado macro têm maior rentabilidade, 17%, mas também registraram resgate líquido no ano, diz Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima
“Isso demonstra muito a aversão a risco que investidores têm tido nos últimos meses, em função do período pré-eleitoral e lá fora ainda a discussão de inflação e guerra. Tem sido período de procura por investimentos mais conservadores”
Competição com títulos isentos de Imposto de Renda também alimenta resgates, uma vez que “investidor tem tratamento fiscal melhor quando compra títulos diretamente”
Para 2023, Rudge afirma que é necessária uma “previsibilidade maior” do ponto de vista fiscal e um “arrefecimento de ânimos” para que investidores possam ter segurança de investir novamente
Nova norma de fundos de investimento não deve ter “grande impacto no dia-a-dia”, mas “o chassi do fundo vai ficar de melhor qualidade e com mais flexibiilidade”, especialmente nos Fdic
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