O “Manual de Psicologia Para Amadores” explica a queda de FHC por Lula
José Roberto Guzzo tenta encontrar uma explicação para os elogios outonais de Fernando Henrique Cardoso ao condenado Lula, que tanto desfez -- e desfaz -- do tucano. Eis um trecho da sua coluna, que vale a pena ler na íntegra no site da Veja...
José Roberto Guzzo tenta encontrar uma explicação para os elogios outonais de Fernando Henrique Cardoso ao condenado Lula, que tanto desfez — e desfaz — do tucano.
Eis um trecho da sua coluna, que vale a pena ler na íntegra no site da Veja:
“Na falta de uma explicação capaz de fazer algum nexo, o que se pode imaginar, com base no ‘Manual de Psicologia Para Amadores’, é que Fernando Henrique está de volta aos seus sonhos de 40 anos atrás. Lembram-se dele? Era, então, o retrato acabado do intelectual de esquerda brasileiro enquanto jovem ─ ou, se preferirem, mais ou menos jovem. Trazia na alma e na mente as fantasias clássicas do socialista de Terceiro Mundo, armado de leituras europeias e à procura de um regime que até hoje só existiu na imaginação das salas de aula da universidade: o ‘socialismo com liberdade’. Ou, então, uma nova ‘ditadura do proletariado’, que viesse só com proletariado e sem ditadura. Na São Bernardo do final dos anos 70, FHC e seus pares se deslumbravam com a possibilidade de ver um operário de carne e osso, ou pelo menos um líder sindical, virar uma força política de verdade. Até então, como tantos dos intelectuais brasileiros, talvez nunca tivesse visto um operário ao vivo e a cores. De repente, não só vê, mas descobre que um ‘homem do povo’ como Lula pode crescer num sistema de liberdades, com eleições, direitos individuais, separação de poderes etc. Bom demais, não é mesmo? Encantada, a classe intelectual da época ‘pirou’, como se diz.”
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