Orlando Tosetto, na Crusoé: “Alguém chame a Moderação”
Na edição da Crusoé desta sexta-feira (18), o colunista comenta o interesse do governo de transição em ampliar a Esplanada dos Ministérios...
Na edição da Crusoé desta sexta-feira (18), o colunista comenta o interesse do governo de transição em ampliar a Esplanada dos Ministérios.
O Antagonista noticiou na quinta-feira (17) que, com os planos atuais, o Executivo federal passaria das atuais 23 para 31 pastas a partir de janeiro do ano que vem.
“Quando eu era moleque, nos anos 70, havia uma matéria escolar chamada Organização Social e Política do Brasil, abreviada como OSPB, que nos fazia decorar, entre outras informações úteis, os nomes de todos os ministros de estado. Os tempos eram singelos, não havia tantos ministros quanto hoje: eram só uns oito ou dez, mas mesmo assim eu não conseguia decorar todos. Em todo caso, a escola, casmurra e manhosa, me fez guardar para sempre a tabuada e os nomes ilustres dos senhores Shigeaki Ueki e Mário Henrique Simonsen.
A matéria ensinava os nomes, mas não ensinava o que o ministro fazia, ou para que servia. Só agora nestes dias de provecto é que vim saber que, para os latinos, o ministro (minister) estava abaixo ou era menor do que o mestre (magister) e era uma espécie de pau mandado desse, uma espécie de bedel. O magister dizia: faça-se, e o minister corria a cumprir, a ministrar, a administrar as ordens de cima. Pode ser que a senhora gentil e sofrida que nos ensinava OSPB (tão gentil e tão sofrida que, quarenta e tantos anos depois, lhe esqueci o nome) achasse feio dizer que o ministro é uma espécie de capataz de alto coturno, que o nome impressionante disfarça uma função que tem seu tanto de sabuja. Pode ser; mas, se tivesse nos ensinado isso, o Brasil de hoje seria muito mais fácil de entender…”
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