General descreve o ‘apodrecimento social’ do Rio
Na entrevista a O Globo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, número dois do Ministério da Segurança, faz um histórico de por que o Rio chegou à situação em que está hoje...
Na entrevista a O Globo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, número dois do Ministério da Segurança, faz um histórico de por que o Rio chegou à situação em que está hoje.
“É uma irresponsabilidade histórica deixar a parte urbanística completamente abandonada. Ao longo do tempo, a maneira como se formou a geografia do Rio, a desorganização urbana, com aquele acúmulo imenso de residências nas favelas, aquilo foi irresponsabilidade do Estado”, disse o general.
“E depois a falta de ações de governo, que não tomou providências que tinham que ser tomadas, às vezes até com tolerância ao crime organizado. E até dos próprios setores governamentais, que eram para fazer a fiscalização, mas se envolveram em corrupção extrema”, acrescentou.
O jornal perguntou se Santos Cruz se referia a Sérgio Cabral, hoje preso em Curitiba. A resposta:
“Não só o ex-governador, como qualquer governante, qualquer elemento de Tribunal de Contas, qualquer elemento de Assembleia, qualquer funcionário público, qualquer pessoa da sociedade civil que tolera a corrupção. Tudo isso foi formando uma podridão, uma deterioração, um apodrecimento social. Então acabou com a administração pública, acabou com o princípio da autoridade. Foi perdida essa referência. Isso tem que ser recuperado.”
No Rio, observa o general, o crime compensa:
“O herói para a pessoa ali na comunidade passa a ser o bandido que tem arma, que ostenta riqueza, carrões, motos. O bandido passa a ser a referência, não o trabalhador.”
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