A guerra do painel
Os dois grandes painéis eletrônicos, à esquerda e à direita da cadeira onde senta o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estão no centro da polêmica que interrompeu a votação em primeiro turno da PEC kamikaze, nesta terça-feira (12)...
Os dois grandes painéis eletrônicos, à esquerda e à direita da cadeira onde senta o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estão no centro da polêmica que interrompeu a votação em primeiro turno da PEC kamikaze, nesta terça-feira (12).
Após a votação em primeiro turno, Lira suspendeu a votação por um “fato técnico relevante estranho à vontade da Casa e dos deputados”. Ele então optou por deixar o painel do plenário aberto e ligado, registrando a presença de 474 deputados. A sessão seria retomada às 9h desta quarta-feira (13).
Segundo Lira, os dois servidores, de empresas independentes, foram cortados ao mesmo tempo e isso impediu que parlamentares registrassem seus respectivos votos pelo sistema remoto da Câmara. Aproximadamente 60 deputados não conseguiram registrar suas manifestações, e Lira teria se encontrado com a Polícia Federal logo após o ocorrido.
Deputados da oposição chiaram porque, regimentalmente, a suspensão de uma sessão poderia durar apenas uma hora – e não a noite toda. Com isso, a base oposicionista tentará alterar o destino da votação em primeiro turno da PEC kamikaze, aprovada com o apoio de 393 deputados.
Ao mesmo tempo, a estratégia passa por uma emenda da oposição que tenta retirar o estado de emergência previsto na PEC, e que ampliaria os poderes de Bolsonaro – a emenda é supressiva, ou seja, retira a questão do texto da PEC. Se o placar for reaberto a partir do zero, Lira teria maiores dificuldades em angariar os 308 votos necessários para barrar a retirada do estado de emergência, como quer a oposição.
Com muitos parlamentares já voltando para suas bases, o destino da votação pode depender de uma nova manobra do presidente da Casa.
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