Em depoimento gravado ao comitê da Câmara dos EUA que investiga a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump (foto), em 6 de janeiro do ano passado, William Barr afirmou que o então presidente queria apreender máquinas de votação, em um esforço para reverter sua derrota para Joe Biden na eleição de 2020.

O ex-procurador-geral dos EUA afirmou ter ouvido de Trump um pedido para que o Departamento de Justiça, que Barr chefiava, apreendesse máquinas de votação, como urnas —uma solicitação que ele negou rapidamente.

No vídeo de seu depoimento, segundo o New York Times, Barr insistiu que via como flagrantemente absurdas as alegações do presidente de que tinha havido fraude eleitoral generalizada, nunca provadas. Disse, ainda, que em várias ocasiões riu alto de algumas das teorias da conspiração que estavam sendo divulgadas.

“Eu via absolutamente zero base para as alegações. Mas elas foram feitas de uma maneira tão melodramática que, obviamente, influenciavam um bocado de gente —pessoas que acreditavam que havia corrupção sistêmica e seus votos não estavam sendo contados.” (O leitor de O Antagonista certamente notará a semelhança com o discurso de outro presidente.)

Em 6 de janeiro de 2021, apoiadores de Trump invadiram o prédio do Congresso americano para tentar evitar que a vitória eleitoral de Biden fosse ratificada. O episódio terminou com cinco mortes.