Propina em todas as obras do Rio
Como publicamos mais cedo, a Operação Mãos à Obra prendeu preventivamente o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, seu subsecretário Vagner de Castro Pereira e o doleiro Juan Luis Bertran Bitllonch. O MPF explica que as investigações, iniciadas na operação Rio 40 Graus, apontaram que o esquema de cobrança de propina na Secretaria Municipal de Obras ia muito além dos contratos das empreiteiras com a Prefeitura...
Como publicamos mais cedo, a Operação Mãos à Obra prendeu preventivamente o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, seu subsecretário Vagner de Castro Pereira e o doleiro Juan Luis Bertran Bitllonch.
O MPF explica que as investigações, iniciadas na operação Rio 40 Graus, apontaram que o esquema de cobrança de propina na Secretaria Municipal de Obras ia muito além dos contratos das empreiteiras com a Prefeitura.
“Foi identificada cobrança de propina relacionas às obras de restauração da linha Vermelha; Programa Asfalto Liso; Transoeste; entorno do Maracanã; Transcarioca; prestação de serviços relacionada às obras do Corredor Transbrasil por parte do Consórcio Dynatest-TCDI.”
Segundo os investigadores, parte dos recursos obtidos por Alexandre Pinto foram remetidos para o exterior de forma sofisticada, com a utilização de empresas offshore operadas por terceiros e com recursos à disposição do ex-secretário.
“Juan Bertran foi o responsável por realizar as operações de dólar cabo que abasteceram a conta da Centovali, offshore que concentrava os recursos de Alexandre e que atualmente possui mais de R$ 6 milhões pertencentes a Alexandre Pinto.”
O MPF destaca ainda o papel de Vagner de Castro Pereira, responsável pelo recolhimento dos valores destinados a Pinto.
“Os pagamentos de propina por parte do Consórcio Dynatest-TCDI, contratado para realizar atividades de monitorização dos contratos de obras e serviços relacionados à implantação do Transbrasil, corredor exclusivo de BRT que liga o centro da cidade do Rio de Janeiro ao bairro de Deodoro, eram feitos em dinheiro diretamente ao subsecretário, por ordem de Alexandre Pinto.
As investigações também apontaram que o consórcio contratado foi formado por indicação de Alexandre, que exigiu a inclusão da TCDI, de propriedade de Wanderley Tavares da Silva, com 20% do consórcio. Segundo o colaborador, o ex-secretário lhe informou que tal inclusão se devia à influência que Wanderley detinha junto ao Ministério das Cidades.
O esquema ainda contava com a participação dos fiscais que supervisionavam o contrato com o Consórcio Dynatest-TCDI. No total, foram solicitadas ao consórcio vantagens indevidas correspondentes a 7% do valor do contrato, o que equivale a cerca de R$ 1,8 milhão.”
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