Brilho eterno de uma CPI sem lembranças
Questionei Simone Tebet no Papo Antagonista, na semana passada, sobre a omissão de Augusto Aras diante dos pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Pandemia em seu relatório final. O desrespeito ao Senado deveria ter motivado uma convocação para esclarecimento, um pedido de impedimento por omissão ou até mesmo a apuração do crime de prevaricação por parte do PGR...
Questionei Simone Tebet no Papo Antagonista, na semana passada, sobre a omissão de Augusto Aras diante dos pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Pandemia em seu relatório final. O desrespeito ao Senado deveria ter motivado uma convocação para esclarecimento, um pedido de impedimento por omissão ou até mesmo a apuração do crime de prevaricação por parte do PGR.
Nada foi feito. Em vez disso, os senadores se lançam agora na empreitada da CPI do MEC, cientes de que o trabalho será inócuo. Ou melhor, cientes de que o objetivo é eleitoral apenas.
Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues tentam repetir a dobradinha, invertendo posições. O senador da Rede já disse que abandona até a coordenação da campanha de Lula para se dedicar a investigar os rolos dos pastores. Já assinaram o pedido de CPI a própria Simone Tebet, seu possível parceiro de chapa Tasso Jereissati, Cid Gomes, José Serra, Alessandro Vieira, Jaques Wagner, entre outros.
A verdade é que Lula está praticamente eleito. E os senadores querem um novo palanque, com exposição diária nas TVs, rádios, sites e imprensa em geral. Qual a justificativa para uma comissão parlamentar se há uma investigação policial em andamento, com participação do MP e supervisão judicial?
O inquérito em si, que está no gabinete de Cármen Lúcia à espera de manifestação de Augusto Aras, trouxe à tona uma série de suspeitas envolvendo a atuação dos pastores junto a funcionários de segundo escalão do MEC. Mas ainda não alcançou verdadeiramente Milton Ribeiro, o ex-ministro.
Para além dos depoimentos de prefeitos sobre cobranças ilegais dos pastores com promessas de liberação de recursos, interessa saber se houve alguma liberação de recursos a partir do pagamento da propina exigida. Onde está o ato de ofício, o repasse para a Prefeitura, o e-mail autorizando? É curioso que CGU e PF não tenham achado nada em suas investigações até agora.
Certamente, os nobres senadores se aproveitam da sensação de que os órgãos de fiscalização e persecução penal estão aparelhados e já não cumprem sua função. Vários desses nobres senadores foram ou são alvos de investigações desde a Lava Jato, o que torna tudo ainda mais enfadonho.
E o eleitor ainda é obrigado a pagar por todo o show.
Assista ao trecho da entrevista de Simone Tebet ao Papo Antagonista:
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