‘Desencanto no Brasil é muito político e não no sentido antiglobalista’
O cientista político Ian Bremmer, presidente da Eurasia, deu uma entrevista para a Exame. Vejam o que ele disse sobre as eleições de 2018 por aqui...
O cientista político Ian Bremmer, presidente da Eurasia, deu uma entrevista para a Exame.
Vejam o que ele disse sobre as eleições de 2018 por aqui:
“Há alguma controvérsia em relação à eleição do Brasil. No relatório que lançamos, quando falamos da erosão das instituições, que é nosso item número 6 do relatório no ranking de preocupações, focamos nos Estados Unidos e Europa. Mas é o que acontece de mais intenso na eleição do Brasil, com a particularidade de ser um desencanto direcionado aos partidos políticos, ao establishment e às instituições em quantidade muito maior do que nos outros continentes.
E interessante no Brasil é esse caráter muito político e não no sentido ‘antiglobalista’ como em outros países, que têm mais relação com imigração e comércio internacional. É muito focado na raiva popular com serviços públicos e corrupção, especialmente por parte da classe média, que cresceu nos últimos anos.
Quando se fala em risco real, é de que existe um risco de surpresa possível nos candidatos sem experiência que poderiam ocupar o cargo de presidente. Se em nossa lista houvesse talvez os 20 principais riscos no mundo, a eleição do Brasil estaria nela por isso. Mas é consideravelmente estável comparado aos problemas geopolíticos que existem em outros países.
Não há guerras iminentes nas fronteiras, por exemplo. Há esse desgaste com o poder público, com a enorme impopularidade do presidente, mas é um custo muito interno. Por fim, é algo para se ficar feliz de não estar na lista.”
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