A Carteira Lula e a Carteira Bolsonaro
Em outubro do ano passado, com o anúncio da intenção da candidatura de Sergio Moro, o mercado financeiro passou a acompanhar mais de perto com o quadro eleitoral. O mercado de apostas entre traders pegou liquidez e os políticos começaram a frequentar eventos organizados por instituições financeiras, para expressar suas opiniões e desenhar possíveis planos...
Em outubro do ano passado, com o anúncio da intenção da candidatura de Sergio Moro, o mercado financeiro passou a acompanhar mais de perto com o quadro eleitoral. O mercado de apostas entre traders pegou liquidez e os políticos começaram a frequentar eventos organizados por instituições financeiras, para expressar suas opiniões e desenhar possíveis planos.
Na ocasião, a Inv deixou claro que era cedo demais para essa movimentação gerar impacto nos preços dos ativos brasileiros. Entendemos que só agora podemos verificar o real efeito das variações nas pesquisas.
Apenas como exemplo, até o momento da publicação deste artigo, as ações da Petrobras e do Banco do Brasil caíram 8% e 5%, respectivamente, com a divulgação de uma pesquisa que mostrou alta nas intenções de voto do candidato petista, na sexta-feira, e que foi confirmada ontem pelo BTG Pactual.
Usando agregadores como o do jornal O Estado de S.Paulo, que consolida diversas pesquisas diferentes, para tentar evitar possíveis distorções pontuais, vemos o mesmo fenômeno. Aparentemente, num primeiro momento, houve uma transferência majoritária de votos de Moro para Bolsonaro, explicando sua melhora nas últimas semanas, dentre outros fatores. Mais recentemente, fica a impressão de que o Lula foi o mais beneficiado pela saída de João Doria, o que tirou o momento do presidente e impactou as estatais.
E esse fenômeno fica ainda mais claro porque as duas ações foram na contramão do resto do mercado, que subiu em quase sua totalidade, acompanhado a forte alta das bolsas no exterior. Além das duas que citamos acima, resolvemos fazer um exercício teórico e selecionamos dois grupos de empresas que deveriam ser mais beneficiadas com pesquisas mais favoráveis para um dos dois candidatos.
Vamos chamar de Carteira Lula e Carteira Lula, mas reiterando que essas não são recomendações, apenas o resultado do que nós aqui na Inv votamos como os melhores exemplos, sem justificativa metodológica para o processo de escolha. Seguem as duas:
Carteira Lula
1. Cogna
2. JBS
3. Magazine Luiza
4. M. Dias Branco
Carteira Bolsonaro
Poderíamos incluir outras empresas, mas buscamos focar nesses bons representantes setoriais. Os impactos das diferentes políticas macroeconômicas dos dois principais candidatos tendem a fazer preço nos mercados, principalmente se a eleição continuar razoavelmente equilibrada. Gostando ou não, a eleição chegou ao mercado.
Rodrigo Natali, estrategista-chefe na Inv Publicações
Nota: eleições mexem com os ânimos dos investidores, e o mercado busca “precificar” a vitória de um ou outro candidato à Presidência. Nesse cenário, você precisa estar bem preparado para tomar a melhor decisão nos investimentos.
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