Elon Musk aperta e compra o Twitter
Desde o começo de abril, quando Elon Musk (foto) se tornou o maior acionista individual do Twitter, até a aceitação final de sua proposta de US$ 44 bilhões em dinheiro pela totalidade da empresa, muita coisa aconteceu. Apesar de muito rápido, tivemos diversos desdobramentos, eventos, comentários, discussões e muitos passaram batidos. Portanto, não é nada mau relembrarmos tudo que rolou neste evento, que foi, no mínimo, muito interessante...
Desde o começo de abril, quando Elon Musk (foto) se tornou o maior acionista individual do Twitter, até a aceitação final de sua proposta de US$ 44 bilhões em dinheiro pela totalidade da empresa, muita coisa aconteceu. Apesar de muito rápido, tivemos diversos desdobramentos, eventos, comentários, discussões e muitos passaram batidos. Portanto, não é nada mau relembrarmos tudo que rolou neste evento, que foi, no mínimo, muito interessante.
Tudo começou no dia 4 de abril de 2022, quando documentos da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) apontaram que o empresário havia adquirido US$ 2,9 bilhões em ações do Twitter, valor que representava 9,2% do capital da companhia, tornando Musk o maior acionista individual da empresa e fazendo com que as ações subissem 32% no mesmo dia.
Depois disso, Musk utilizou a plataforma para prometer melhorias na rede social, como, por exemplo, o desenvolvimento de um botão para editar tweets.
Com o negócio, o bilionário foi indicado para o Conselho de Administração da empresa. Porém, uma semana depois, o CEO do Twitter, Parag Agrawal, afirmou que o Musk havia recusado o convite, mas que os executivos seguiam abertos à contribuição que ele poderia trazer à empresa.
É importante destacar que membros do conselho não podem adquirir mais de 14,9% das ações da empresa. Essa é uma estratégia para evitar que membros recém-chegados assumam o controle total da rede social.
O sul-africano decidiu fazer isso de outra forma e, em 14 de abril, fez uma nova investida ainda maior na empresa de Comunicação e Tecnologia e anunciou uma oferta hostil por todas as ações da companhia, no valor de US$ 44 bilhões ou US$ 54,20 por ação.
O valor da proposta de Musk pelo Twitter também chamou a atenção, US$ 54,20 por ação, o que para muitas pessoas faz parte de um código:“4:20” é conhecido como o número símbolo da maconha.
O número já havia sido utilizado pelo bilionário, quando fez proposta para fechar o capital da Tesla, empresa da qual é o maior acionista, pelo valor de 420 dólares por ação.
Naquela ocasião, Elon Musk não tinha as devidas condições financeiras para fechar o capital da Tesla. Como consequência, a “falsa” proposta acarretou a ele uma multa de US$ 30 milhões e a perda do cargo de CEO da empresa automotiva. A decisão foi imposta pela SEC, órgão regulador da bolsa norte-americana, uma espécie de xerife do mercado de capitais por lá.
No início das negociações, a administração do Twitter suspeitou que isso ocorreria de novo, mas, dessa vez, Musk se aliou ao Morgan Stanley, para conseguir o capital necessário para honrar sua proposta.
O objetivo era adquirir todos os valores mobiliários do Twitter, com as devidas condições financeiras, para que Musk pudesse fechar o capital.
A proposta não foi bem recebida pelo conselho da empresa, que ofereceu resistência em aceitá-la. Isso levou Elon a questionar tudo sobre a plataforma, desde o modelo de negócios até a cultura dos funcionários da empresa — e, principalmente, a forma como a rede social lida com a liberdade de expressão.
Em carta ao presidente do Conselho, Bret Taylor, Musk afirmou que, desde que fez o seu investimento, percebeu que a empresa não prosperaria, afirmando ainda que: “minha oferta é a minha melhor oferta e, se não for aceita, precisarei reconsiderar minha posição como acionista”.
Além disso, ainda afirmou que os conselheiros não estavam alinhados com os acionistas, visto que não detinham quase nenhuma ação da empresa, e que se sua proposta fosse aceita, eles passariam a não ser remunerados pela função, o que economizaria US$ 3 milhões anuais para a companhia.
Segundo ele, a plataforma tem um “potencial tremendo” e deve ser uma espécie de “arena” de defesa da liberdade de expressão. “A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento e o Twitter é a praça da cidade digital onde assuntosvitais para o futuro da humanidade são debatidos”, disse Musk.
No dia 24, o Conselho do Twitter, pressionado pelos acionistas, se reuniu e decidiu aceitar a proposta feita por Musk. O acordo deve ser firmado ainda este ano e a empresa deverá ter o capital fechado.
Com a aquisição por parte de Elon Musk, muitas coisas devem mudar na plataforma digital e certamente teremos novos episódios interessantes envolvendo o Twitter e seu controlador. A nós, só resta esperar para ver as mudanças que o sul-africano irá propor e se a qualidade da empresa para seus usuários irá aumentar como os seus fãs esperam.
João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações.
Colaborou Pietro Tortoreli
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