Sem ter para onde avançar em alianças formais, Lula vai jantar muito até outubro
Lula imaginou que, ao voltar para a cena política após sair da cadeia e a anulação de suas condenações na Lava Jato, pudesse atrair com mais facilidade o apoio público e institucional de partidos do centro que estiveram com ele durante a era petista. Não deu certo. PP, PL e Republicanos se aliaram ao governo Bolsonaro, assim como PSC e PTB, que também integraram os governos petistas...
Lula imaginou que, ao voltar para a cena política após sair da cadeia e a anulação de suas condenações na Lava Jato, pudesse atrair com mais facilidade o apoio público e institucional de partidos do centro que estiveram com ele durante a era petista.
Não deu certo. PP, PL e Republicanos se aliaram ao governo Bolsonaro, assim como PSC e PTB, que também integraram os governos petistas.
Já partidos como MDB e União Brasil prometem candidatura única, junto com Cidadania e PSDB, e o PSD, de Gilberto Kassab, ainda fala em candidatura própria. Se nada disso vingar, a tendência dessas siglas é optar pela neutralidade.
O PT e partidos aliados sabem, a esta altura da pré-campanha, que, mesmo com Geraldo Alckmin como vice, será difícil avançar para o centro. Para o primeiro turno, Lula terá ao seu redor os tradicionais partidos de esquerda, o Solidariedade, de Paulinho da Força, e só. E ainda terá de enfrentar uma aparente resistência em alas do PSOL e da Rede, por exemplo.
Aliados de Lula, como José Luiz Penna, presidente do PV, que formou federação com o PT, admitem a dificuldade em avançar em conversas com partidos do centro e confiam que, em eventual segundo turno, a situação possa ser diferente.
“Esses partidos de centro negociaram uma unidade pensando em fazer bancadas. Porque eles acham que o apoio a qualquer candidatura pode atrapalhar essa ocupação de espaços no Congresso. Acho um erro político grave, porque não é momento de pensar na ‘paróquia’, é hora de pensar no Brasil. Não vai ser fácil tirar esse inominável [Jair Bolsonaro] daí. A gente sabia que teria resistência.”
Penna acrescentou que “o ideal seria” que Lula tivesse mais apoios, mas considera PT, PSB, PCdoB, PSOL, PV, Rede e Solidariedade “um leque bom”.
Uma importante liderança do campo progressista, porém, disse a O Antagonista, pedindo reserva, que as “estruturas partidárias” do centro podem acabar realmente apostando na neutralidade, mas isso não impedirá Lula de atrair gente dessas legendas.
“Infelizmente, essa avassaladora atração pelo poder, da esquerda à direita, passando pelo centro e o Centrão, faz com que muitos possam ir com o Lula como voo solo, independentemente do partido em que estão e de quem o partido apoia. A expectativa de poder põe o cifrão no olho de um monte de gente. Muitos desses partidos estão se dando muito bem no governo Bolsonaro, mas igualmente se deram muito bem no governo Lula. Essa turma vai buscar, cada um na sua realidade, um mínimo de estabilidade.”
Lula vai jantar muito até outubro.
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