Lira e o mundo moderno, nada a ver Lira e o mundo moderno, nada a ver
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Lira e o mundo moderno, nada a ver

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Carlos Graieb
2 minutos de leitura 07.04.2022 12:41 comentários
Brasil

Lira e o mundo moderno, nada a ver

Na segunda-feira, Arthur Lira (foto) perguntou se era preciso "pegar um arcebispo para ser diretor da Petrobras". Ele estava irritado porque o consultor Adriano Pires, por quem ele havia trabalhado nos bastidores, havia desistido da indicação à presidência da empresa. Muitos clientes de Pires atuam no setor de óleo e gás, sugerindo a provável existência de  conflitos de interesse...

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Carlos Graieb
2 minutos de leitura 07.04.2022 12:41 comentários 0
Lira e o mundo moderno, nada a ver
Foto: Adriano Machado/Crusoé

Na segunda-feira, Arthur Lira (foto) perguntou se era preciso “pegar um arcebispo para ser diretor da Petrobras”. Ele estava irritado porque o consultor Adriano Pires, por quem ele havia trabalhado nos bastidores, havia desistido da indicação à presidência da empresa. Muitos clientes de Pires atuam no setor de óleo e gás, sugerindo a provável existência de  conflitos de interesse.

Nesta quarta-feira, o governo fez novas indicações para a petrolífera. José Mauro Ferreira Coelho, apontado para a presidência, tem histórico no setor público e ocupou uma secretaria no Ministério das Minas e Energia, até o final do ano passado. Marcio Andrade Weber, que pode assumir o conselho de administração, construiu sua carreira na própria Petrobras. Ninguém soou o alarme até agora. Curiosamente, nenhum dos dois executivos é arcebispo, ou sequer padre.

Lira quis dar a entender que havia rigor em excesso ou implicância política no veto ao nome de Pires. Na verdade, existe algo muito mais simples: regras. Por décadas, a Petrobras ficou à mercê das vontades políticas. Depois do Petrolão, cobrou-se da empresa o enquadramento nos padrões de governança e compliance que se aplicam mundo afora a empresas de seu porte, que têm ações negociadas no mercado internacional. E ela se adaptou. Criou novos códigos de conduta, novas estruturas de gestão, treinou os funcionários e instituiu normas para a contratação de funcionários, entre eles a análise de antecedentes dos administradores. 

Nada disso é frescura. É assim que o mundo funciona hoje em dia. Mas políticos brasileiros como Arthur Lira, apesar de usarem terno e telefone celular, têm dificuldade para abandonar certos padrões arcaicos de pensamento e entrar de fato no mundo moderno. Nada é mais distante dessa gente do que um conceito como o de compliance. Está aí o orçamento secreto para comprovar. 

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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