Lira ‘passa recibo’ após definição na Petrobras
Ontem à noite, depois que o governo Bolsonaro resolveu indicar José Mauro Ferreira Coelho para a presidência da Petrobras, Arthur Lira (PP-AL) escreveu no Twitter: "Não indiquei nem faço questão de indicar nenhum nome para a diretoria [da Petrobras]. Mas quero deixar aqui minha exigência...
Ontem à noite, depois que o governo Bolsonaro resolveu indicar José Mauro Ferreira Coelho para a presidência da Petrobras, Arthur Lira (PP-AL) escreveu no Twitter:
“Não indiquei nem faço questão de indicar nenhum nome para a diretoria [da Petrobras]. Mas quero deixar aqui minha exigência como cidadão e representante dos meus eleitores: espero da Petrobras uma gestão que pare de maltratar o povo brasileiro com aumentos sucessivos e nenhuma sensibilidade social.”
Antes, o presidente da Câmara já havia, por mais de uma vez, criticado a gestão de Joaquim Silva e Luna e a atual política de preços dos combustíveis. Após a queda do general, Lira saiu publicamente em defesa da indicação do economista Adriano Pires, que não vingou. “Tem que pegar um arcebispo para ser diretor da Petrobras?”, ironizou o deputado na última segunda-feira.
Todas essas reações do presidente da Câmara deixam claro que ele sentiu o desfecho do episódio da troca de comando da Petrobras. Embora negue, Lira (foto) trabalhou, sim, nos bastidores, pela indicação de Adriano Pires, e, para isso, recebeu o apoio do seu partido, o PP, além de PL e União Brasil.
“Nunca ninguém passou tanto recebido em um caso como o Lira nesse aí. Ele é destemido, como se sabe. Com a força que tem hoje, pensou que fosse realmente emplacar um nome escolhido por ele na Petrobras. Sabia das incompatibilidades do Adriano Pires, mas a turma pagou para ver, ‘vai que cola'”, disse, em reservado, um deputado do Centrão.
Quando Pires foi indicado, o entorno de Lira festejou. “Finalmente, alguém na Petrobras que saiba fazer algo além de engraxar coturno“, chegou a dizer, na semana passada, a O Antagonista um deputado próximo do presidente da Câmara. O próprio Pires acabou desistindo de assumir o cargo, temendo possíveis conflitos de interesse — ele é consultor da Abegás e de diversas empresas do setor.
José Mauro Ferreira Coelho, o escolhido para a Petrobras após o imbróglio dos últimos dias, foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia até outubro de 2021. Também atuou como diretor de estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e tem quase três décadas de experiência no setor. Seu nome terá de ser confirmado pela assembleia ordinária de acionistas da estatal no próximo dia 13.
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