Só a polarização salva
Depois da rasteira em Sergio Moro e em seus 10 milhões de eleitores, caciques do chamado centro democrático agora quebram a cabeça para escolher um nome palatável ao sistema. Vão quebrar a cara, pois as pesquisas mostram...
Depois da rasteira em Sergio Moro e em seus 10 milhões de eleitores, caciques do chamado centro democrático agora quebram a cabeça para escolher um nome palatável ao sistema. Vão quebrar a cara, pois as pesquisas mostram, como destacou Diogo Mainardi mais cedo, que a saída do ex-juiz só beneficia Lula e Jair Bolsonaro.
Em vez de insistir na ilusão de um alternativa, sou da opinião de que deveriam sair de cena e deixar a disputa se polarizar definitivamente. Para o mal e para o bem do eleitor, que precisa encarar a realidade de um cenário desesperador.
O desespero é primo da coragem. Quem sabe, assim, não passam a dar valor ao que tinham?
O mesmo vale para Moro, que deveria submergir e cuidar de sua campanha para deputado em vez de ficar posando de presidenciável. Enquanto o fizer, não será esquecido pelo sistema, que continuará apertando o torniquete judicial, político e midiático em torno do seu pescoço.
Uma vaga na Câmara dos Deputados é algo valioso para um candidato anti-sistema. Garantindo-a, o ex-juiz finca o pé na política e tenta pavimentar seu caminho até 2026.
Até aqui, Lula e Bolsonaro só se beneficiaram de uma terceira via inviável e não precisaram lidar um com o outro. Nos últimos cinco meses, direcionaram suas máquinas de aniquilar reputações contra o único que as ameaçava: Moro. Como escreveu Mario Sabino ontem, “nunca se viu um sujeito apanhar tanto por ter feito o bem”.
Agora, com apenas os dois na disputa, imaginem o que não farão um contra o outro? Deixem brigar, que se aniquilem.
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