O diretor do jornal nicaraguense La Prensa, o maior do país, foi condenado hoje a 9 anos de prisão por lavagem de dinheiro. O caso de Juan Lorenzo Holmann Chamorro é tratado como uma nova perseguição política por parte do ditador Daniel Ortega (foto) à imprensa.

Juan está detido desde agosto, quando a polícia invadiu as instalações do jornal, que passou a ser publicado apenas na versão digital. A juíza que o condenou também determinou que as instalações do jornal e suas gráficas continuem fechadas.

A defesa do diretor alegou que o Ministério Público não conseguiu provar o crime de lavagem de dinheiro. “É um julgamento político, não é um processo judicial”, disse um dos advogados de Holmann à Reuters, falando sob condição de anonimato.

Cristiana Chamorro e Pedro Joaquín Chamorro, dois primos dele que fazem parte do conselho de administração do jornal, também foram condenados por lavagem de dinheiro e peculato, respectivamente. Eles são filhos da ex-presidente Violeta Barrios de Chamorro, que derrotou Ortega nas eleições de 1990, após seu primeiro mandato.

O ditador diz que os presos são “criminosos” e “delinquentes” que quiseram dar um golpe contra ele nos protestos de 2018, que deixaram 355 mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).