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Entenda o choque dos fertilizantes no preço da comida

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3 minutos de leitura 29.03.2022 15:57 comentários
Economia

Entenda o choque dos fertilizantes no preço da comida

Num dia em que se diz que a guerra está chegando ao fim, com gostinho amargo de derrota para Vladimir Putin (foto), inicia-se uma outra, esta comercial. Refiro-me aos fertilizantes. Vamos aos fatos: Muita gente fala que o mundo depende do petróleo russo, afirmação que não deixa de ser em parte verdadeira. Mas a dependência crítica mesmo é dos fertilizantes produzidos por aquele país...

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Entenda o choque dos fertilizantes no preço da comida
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Num dia em que se diz que a guerra está chegando ao fim, com gostinho amargo de derrota para Vladimir Putin (foto), inicia-se uma outra, esta comercial.

Refiro-me aos fertilizantes.

Vamos aos fatos:

Muita gente fala que o mundo depende do petróleo russo, afirmação que não deixa de ser em parte verdadeira. Mas a dependência crítica mesmo é dos fertilizantes produzidos por aquele país.

Só para fazer uma analogia, no grande choque do petróleo de 1973, não houve falta do produto. O que aconteceu foi que a Arábia Saudita e outros países da OPEC diminuíram a produção e exportação de óleo cru. Foi a época do embargo.

Agora temos o choque dos fertilizantes.

Preço no mercado americano. Cesta de fertilizantes, coletado no mercado de produtos químicos e com fornecedores. Fonte: Bloomberg.

Quando o conflito começou, as exportações ucranianas desses insumos na prática pararam. Depois das sanções contra a Rússia, a resposta do Kremlin foi proibir a exportação de fertilizantes, praticamente, tirando do mercado dois dos maiores produtores mundiais.

Sem eles, a produtividade cai e, por via de consequência, os preços dos alimentos sobem. Não apenas isso, temos uma produção global menor, frente uma demanda que quase não muda.

Alguns países, como a Índia, por exemplo, já estão se apressando em fazer acordo com Moscou, garantindo suas cotas de amônia e potássio. Afinal de contas, são um bilhão e quatrocentos milhões de bocas para alimentar.

Aqui no Brasil, a próxima safra já irá sofrer com a falta de fertilizantes.

E não estou falando apenas de grãos e outros produtos agrícolas. A produção de proteína animal (gado, suínos e aves) também fica encarecida por causa das rações, feitas de soja, milho, sorgo etc.

No orçamento dos ricos, o peso dos alimentos, mesmo que eles dobrem de preço, não pesa tanto. Já os pobres passam fome, uma vez que seus salários são quase todos consumidos à mesa.

Ao iniciar a guerra, talvez Vladimir Putin não tenha dado tanta importância aos fertilizantes, se concentrando mais em tanques e mísseis. Agora deve estar se dando conta de que os países que quiserem comer terão de fazê-lo em sua mão.

Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv.

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