Por que Putin quer Mariupol
A infâmia russa na Ucrânia tem um símbolo maior: Mariupol. O governo ucraniano relata que 90% da cidade foi destruída pelas tropas do carniceiro russo Vladimir Putin. A população permanece sitiada, sem alimentos, água e eletricidade suficientes, sob bombardeio constante. O heroísmo ucraniano também tem em Mariupol o seu símbolo maior. Os russos querem Mariupol, cidade às margens do Mar de Azov, para estabelecer uma continuidade territorial entre a região separatista de Donbas e a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014...
A infâmia russa na Ucrânia tem um símbolo maior: Mariupol. O governo ucraniano relata que 90% da cidade foi destruída pelas tropas do carniceiro russo Vladimir Putin. A população permanece sitiada, sem alimentos, água e eletricidade suficientes, sob bombardeio constante. O heroísmo ucraniano também tem em Mariupol o seu símbolo maior.
Os russos querem Mariupol, cidade às margens do Mar de Azov, para estabelecer uma continuidade territorial entre a região separatista de Donbas e a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Tomar Mariupol também significa tirar da Ucrânia uma usina siderúrgica e o porto por onde o país exporta aço, carvão e milho para o Oriente Médio o restante da Ásia. Há ainda um efeito de propaganda, porque a cidade abriga a Brigada Azov, milícia de extrema-direita que os russos — e os seus colaboracionistas da imprensa ocidental — tentam pintar como se fosse um retrato do exército do governo “nazista” da Ucrânia, mas que compõe uma porção insignificante das forças combatentes do país. Na verdade, a Brigada Azov amealhou integrantes por culpa dos russos, que exacerbaram o nacionalismo mais radical entre jovens no leste da Ucrânia, depois da invasão da Crimeia, e do envio da milícia Wagner, fundada e comandada por um nazista russo, Dimitri Outkine, e financiada por Vladimir Putin, para promover conflitos permanentes em Donbas, onde milhares de pessoas já haviam morrido até o início da invasão ora em curso. Estima-se que haja 10 mil integrantes da Wagner em território ucraniano.
Nenhum objetivo, contudo, justifica o que está sendo perpetrado em Mariupol. Assim como mandou arrasar Grozny, na Chechênia, e Alepo, na Síria, Vladimir Putin comete mais um crime monstruoso ao ordenar a destruição da cidade ucraniana. Como diz o protagonista do romance Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, “decididamente, não dá para compreender por que é mais glorioso bombardear uma cidade assediada do que assassinar alguém a machadadas”. Vladimir Putin não terá glória nenhuma. É só um assassino que escreve outro capítulo na história universal da infâmia.
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