O mal-estar que Ribeiro provocou na bancada evangélica: "Está osso" O mal-estar que Ribeiro provocou na bancada evangélica: "Está osso"
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O mal-estar que Milton Ribeiro provocou na bancada evangélica: “Está osso”

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Diego Amorim
3 minutos de leitura 22.03.2022 13:46 comentários
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O mal-estar que Milton Ribeiro provocou na bancada evangélica: “Está osso”

A revelação de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro (foto), dá prioridade a prefeituras em que pedidos de liberação de verba são negociados por pastores provocou uma cizânia na bancada evangélica, que já tem suas divergências internas como qualquer outra frente parlamentar do Congresso. O Antagonista teve acesso a algumas mensagens que foram trocadas hoje no grupo de WhatsApp da bancada...

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Diego Amorim
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O mal-estar que Milton Ribeiro provocou na bancada evangélica: “Está osso”
Foto: Estevam Costa/PR

A revelação de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro (foto), dá prioridade a prefeituras em que pedidos de liberação de verba são negociados por pastores provocou uma cizânia na bancada evangélica, que já tem suas divergências internas como qualquer outra frente parlamentar do Congresso.

O Antagonista teve acesso a algumas mensagens que foram trocadas entre esses parlamentares desde o início da manhã, após a Folha de S.Paulo divulgar um áudio em que o próprio ministro deixa claro seus critérios para agilizar a liberação de verba.

A partir desse episódio, deputados evangélicos aproveitaram para desabafar sobre a postura de Milton Ribeiro. Uma das principais reclamações é a de que o ministro não é acessível, o que faz com que a notícia do dia torne ainda mais complicada a relação de alguns desses parlamentares com o MEC.

Mais cedo, um dos deputados chegou a perguntar no grupo de mensagens da bancada quem do grupo estava com dificuldades para falar com Ribeiro, provavelmente para, na esteira do episódio, buscar uma maior aproximação.

Outro parlamentar, considerado um dos principais expoentes da bancada evangélica, comentou, ainda no grupo privado de mensagens, o vazamento da gravação e afirmou que o ministro “expôs todos nós”. Ele ainda escreveu: “Está osso”.

Nos bastidores, integrantes da bancada evangélica dizem não ter relação direta com os pastores apontados como intermediários dessas negociações para agilizar liberações de verba —  Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade.

Alguns acreditam que o deputado Vitor Hugo (União Brasil-GO) tenha feito a ponte entre esses religiosos e o MEC — O Antagonista não conseguiu contato com o parlamentar goiano, que é ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara.

Vale lembrar que Milton Ribeiro chegou à Esplanada com a bênção de André Mendonça, à época ministro da Justiça e da Segurança Pública e atualmente ministro do STF. O nome preferido da bancada evangélica era outro: Anderson Ribeiro Correia, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

A existência de um grupo de pastores que atuam como lobistas, que ficou conhecido como “Ministério da Educação paralelo”, veio a público na semana passada, em reportagem do Estadão.

Como registramos mais cedo, o deputado Sóstenes Cavalvante, do PL do Rio de Janeiro, atual presidente da bancada evangélica no Congresso, disse a O Antagonista que o ministro terá de esclarecer o episódio. Antes disso, o parlamentar evitará dar qualquer opinião. “Eu vou aguardar a manifestação do ministro. Já me comuniquei com ele e vou aguardá-lo até amanhã. Darei um tempo para o ministro esclarecer a situação”, afirmou Cavalcante.

No Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio do qual é feita as liberações da verba em questão, ninguém fala nada, por enquanto. A autarquia é presidida por Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira, hoje ministro da Casa Civil. O Antagonista apurou que a ingerência de Milton Ribeiro no FNDE aumentou no último mês, ao que tudo indica para justamente atender aos pleitos de aliados do governo Bolsonaro, em meio ao avanço da pré-campanha para a reeleição do presidente.

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Diego Amorim

Se formou em jornalismo pela UnB. Trabalhou no Blog do Noblat e no Correio Braziliense. Gosta da notícia e dos bastidores dela em qualquer área. Entre outros prêmios, ganhou duas vezes o Esso de Informação Econômica e duas vezes o Embratel. Está em O Antagonista desde abril de 2016, quando se juntou à equipe para a cobertura do impeachment de Dilma Rousseff. Desde então, não tem dado sossego a políticos de todos os partidos em Brasília. É chefe de redação de O Antagonista em Brasília.

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