“A espada da Justiça não existe para os corruptos”, diz Deltan
O ex-procurador Deltan Dallagnol (foto) comentou hoje sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que decidiu pela possibilidade de renovação sucessiva de interceptações telefônicas para fins de investigação criminal, sem limite do prazo...
O ex-procurador Deltan Dallagnol (foto) comentou hoje sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que decidiu pela possibilidade de renovação sucessiva de interceptações telefônicas para fins de investigação criminal, sem limite do prazo.
“Lutei neste tema. Foram 12 anos para julgar. Gilmar Mendes votou pra derrubar, é a mesma patota. Ainda bem que outros ministros deram razão ao MPF e disseram que poderia anular todas as investigações. Apesar da vitória, passados 12 anos não tem como ir para frente porque tudo caiu”, disse.
Segundo Dallagnol, o símbolo da estátua da Justiça é vendado, mas atualmente não está vendada. “A espada da justiça não existe para os corruptos e pesa apenas para o traficante e flutua para o colarinho branco”, disse.
Dallagnol disse que é preciso tentar de novo. “Apresentamos dez medidas contra a corrupção. O Congresso detonou e depois não aprovou, e esvaziou tudo de bom contra a corrupção. Eles se protegem, são rabo preso. Vamos invadir o Congresso democraticamente. Vou lutar por mudança”, afirmou.
O caso citado pelo ex-procurador é o processo decorrente da Operação Pôr do Sul, investigação decorrente do inquérito do Banestado e que investigou, no início dos anos 2000, crimes de sonegação e lavagem de dinheiro envolvendo o grupo Sundown, que importava bicicletas e artigos esportivos.
O caso chegou ao Supremo em recurso do MPF contra decisão do STJ que, em 2008, anulou todas as provas obtidas a partir de escutas telefônicas, renovadas por mais de dois anos. Os alvos eram os empresários uruguaios Izidoro Rosenblum Trosman e Rolando Rozenblum Elpern, donos da Sundown, que fugiram do país.
O juiz do caso era Sergio Moro e os procuradores, Deltan Dallagnol e Orlando Martello, que atuaramdepois na Lava Jato.
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