Bonat mantém ordem de prisão de Tacla Duran: "Atuação profissional na intermediação de propinas" Bonat mantém ordem de prisão de Tacla Duran: "Atuação profissional na intermediação de propinas"
O Antagonista

Bonat mantém ordem de prisão de Tacla Duran: “Atuação profissional na intermediação de propinas”

avatar
Claudio Dantas
4 minutos de leitura 09.03.2022 16:01 comentários
Brasil

Bonat mantém ordem de prisão de Tacla Duran: “Atuação profissional na intermediação de propinas”

O juiz Luiz Antonio Bonat, titular da 13a Vara Federal, rejeitou novo pedido de Rodrigo Tacla Duran (foto, à direita) para revogar sua prisão preventiva. O doleiro, que divulgou recente encontro com Kakay em Granada (Espanha), tem se negado a ser citado pelas autoridades espanholas e permanece na condição de foragido da Justiça brasileira...

avatar
Claudio Dantas
4 minutos de leitura 09.03.2022 16:01 comentários 0
Bonat mantém ordem de prisão de Tacla Duran: “Atuação profissional na intermediação de propinas”
Reprodução

O juiz Luiz Antonio Bonat, titular da 13a Vara Federal, rejeitou novo pedido de Rodrigo Tacla Duran (foto, à direita) para revogar sua prisão preventiva. O doleiro, que divulgou recente encontro com Kakay em Granada (Espanha), tem se negado a ser citado pelas autoridades espanholas e permanece na condição de foragido da Justiça brasileira.

Em sua decisão, obtida por O Antagonista, Bonat diz que a ordem de prisão permanece vigente desde agosto de 2016, “aguardando o cumprimento da citação do acusado”. Também estão “hígidos os pressupostos da prisão preventiva, boa prova de materialidade e autoria de crimes de lavagem de dinheiro”.

Segundo o juiz, a permanência de Duran em liberdade traz “risco à ordem pública e à aplicação da lei penal”.

“O risco à ordem pública configura-se, no caso, pela dimensão concreta dos fatos delitivos, eis que o contexto é de atuação profissional, longa e sofisticada do acusado na intermediação de propinas em contratos públicos, com utilização de expedientes de ocultação e dissimulação de estruturas corporativas, contas e transações.”

Na investigação, foi possível identificar, a partir da quebra de sigilo bancário de empresas ligadas ao acusado, “depósitos milionários de empresas envolvidas no cartel e no esquema criminoso de pagamento de propinas na Petrobras, num total superior a R$ 76 milhões. 

Em síntese, naquela época havia sido descoberto que Rodrigo Tacla Duran estaria envolvido em diversos esquemas criminosos, e que teria recebido nas contas de suas empresas e ainda em contas secretas no exterior, valores de três empreiteiras envolvidas na assim denominada Operação Lava Jato, Mendes Júnior, UTC e Odebrecht, havendo confissão de outros investigados de que tais transferências eram ilícitas e visavam gerar disponibilidades em espécie para pagamento de propinas a agentes públicos.”

Em suma, trata-se de “espécie de profissional da lavagem de dinheiro com atuação em âmbito internacional”.

Bonat ressalta ainda que, além de foragido, Duran mantém atuação controvérsia, prestando alegações inverídicas a distintas autoridades, nacionais e internacionais, objetivando inverter a situação desfavorável legalmente imposta por este Juízo”.

“Além do risco à ordem pública, e de maneira ainda mais incisiva, faz-se presente, na atualidade, o risco à aplicação da lei penal, evidenciado pelo fato de que permanece residindo na Espanha, foragido das autoridades brasileiras.”

O magistrado destaca que desde 11 de abril de 2016 o acusado não retornou ao Brasil, e, apesar das ações penais terem se iniciado em 2017 e 2018, não houve até a presente data notícia oficial de sua citação, criando o acusado empecilhos à tramitação dos processos, ao se recusar a ser citado.

“Essa atitude evidencia que Rodrigo Tacla Duran não tem intenção de comparecer às autoridades brasileiras e/ou até mesmo responder as ações penais contra ele propostas perante este Juízo. Refugiou-se na Espanha a pretexto de furtar-se de suas obrigações processuais e penais com a jurisdição brasileira, razão pela qual se mantém vigente o decreto prisional, eis que evidente o risco para aplicação da lei penal. O acusado não foi entregue pelas autoridades do Reino da Espanha por questões formais, haja vista ser ele cidadão espanhol e com base no princípio da reciprocidade. A obstaculização da extradição tem permitido a Rodrigo Tacla Duran  não apenas furtar-se da aplicação da lei penal, como também a fruição segura dos recursos obtidos pelo operador financeiro com os crimes de corrupção e lavagem envolvendo a Petrobras. Apesar da negativa da extradição, e ao contrário do alegado pela Defesa do acusado, a permanência do decreto prisional impõe-se pela possibilidade de o acusado vir a ser preso em outro país, com ulterior extradição ao Brasil, para que responda pelos crimes a ele imputados.”

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
2

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
3

Ellen DeGeneres deixa EUA após escândalos e reeleição de Trump

Visualizar notícia
4

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
5

Bolsonaro deixou aloprados aloprarem?

Visualizar notícia
6

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia
7

A novela do corte de gastos do governo Lula: afinal, sai ou não sai?

Visualizar notícia
8

PGR vai denunciar Jair Bolsonaro?

Visualizar notícia
9

Mandado contra Netanyahu não tem base, diz André Lajst

Visualizar notícia
10

Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Feriados (22/11): 22 de novembro é feriado? Saiba agora!

Visualizar notícia
2

Ellen DeGeneres deixa EUA após escândalos e reeleição de Trump

Visualizar notícia
3

Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber!

Visualizar notícia
4

Mandado contra Netanyahu não tem base, diz André Lajst

Visualizar notícia
5

Bolsonaro deixou aloprados aloprarem?

Visualizar notícia
6

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
7

PGR vai denunciar Jair Bolsonaro?

Visualizar notícia
8

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
9

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
10

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

13 Vara Federal Rodrigo Tacla Durán tacla duran
< Notícia Anterior

O cinismo do embaixador russo na França

09.03.2022 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Rússia usa bombas sem alvo preciso e atinge civis, dizem os EUA

09.03.2022 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Claudio Dantas

Claudio Dantas é diretor-geral de Jornalismo de O Antagonista. Com mais de duas décadas cobrindo o poder, já atuou nas redações de EFE, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e IstoÉ. Ganhou os prêmios Esso, Embratel e Direitos Humanos. Está entre os jornalistas mais influentes do Twitter e venceu três vezes o iBest de melhor veículo de política.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

PF indiciou padre em caso de golpismo

PF indiciou padre em caso de golpismo

Alexandre Borges Visualizar notícia
22 de novembro é feriado? Saiba onde!

22 de novembro é feriado? Saiba onde!

Visualizar notícia
Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber

Calendário PIS 2025 (22/11): Saiba os valores e como receber

Visualizar notícia
Alerta laranja do Inmet para risco de chuvas intensas. Veja as regiões

Alerta laranja do Inmet para risco de chuvas intensas. Veja as regiões

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.