A armadilha da Odebrecht
Marcelo Odebrecht mandou preparar um falso dossiê sobre suas offshores e, em seguida, repassá-lo para a Época.Foi o que revelou a própria Época, a partir da análise das mensagens do empreiteiro. A armadilha tinha o propósito de desmoralizar as denúncias contra a Odebrecht...
Marcelo Odebrecht mandou preparar um falso dossiê sobre suas offshores e, em seguida, repassá-lo para a Época.
Foi o que revelou a própria Época, a partir da análise das mensagens do empreiteiro.
A armadilha tinha o propósito de desmoralizar as denúncias contra a Odebrecht.
O Antagonista, em 23 de julho, mostrou que a tática já foi usada pela empresa no passado.
Releia:
“Armadilha Bisol/contra-infos. RA? EA/Veja?”.
Essa mensagem de Marcelo Odebrecht que a PF encontrou em seu telefone celular tem uma história que precisa ser revista.
Em 1993, a PF apreendeu 18 caixas de documentos na casa de um diretor da Odebrecht.
Segundo os investigadores, os documentos indicavam “a existência de um cartel das grandes empreiteiras para fraudar as licitações de obras públicas”. Os documentos indicavam também que a Odebrecht havia distribuído propina a dezenas de parlamentares.
José Paulo Bisol, relator da CPI das Empreiteiras e candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 1989, passou à Veja uma lista com mais de 200 políticos que, segundo os documentos da Odebrecht, teriam recebido presentes.
Tratava-se de uma armadilha: a armadilha Bisol.
Na realidade, muitos dos parlamentares citados haviam recebido apenas brindes da empreiteira, como calendários e agendas. Quando José Paulo Bisol misturou os corruptos aos inocentes, os corruptos foram inocentados.
A CPI das Empreiteiras, desmoralizada, foi arquivada. E a Odebrecht continuou com seu cartel e com seus pagamentos aos políticos.
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