Semicloroquina
O Brasil já é um exemplo torto de semipresidencialismo, em que o pior presidente de todos os tempos reparte o butim com o pior parlamento de todos os tempos. “A evidente insuficiência intelectual, moral, administrativa e política de Jair Bolsonaro para o exercício da Presidência levou a um quadro de degradação do regime presidencialista jamais visto...
O Brasil já é um exemplo torto de semipresidencialismo, em que o pior presidente de todos os tempos reparte o butim com o pior parlamento de todos os tempos.
“A evidente insuficiência intelectual, moral, administrativa e política de Jair Bolsonaro para o exercício da Presidência levou a um quadro de degradação do regime presidencialista jamais visto, ao menos não desde a redemocratização do país”, diz o editorial do Estadão.
“O que se tem hoje é uma estrovenga política representada por um Congresso extremamente poderoso que usufrui apenas dos bônus desse poder acumulado, sem arcar com as responsabilidades por seus eventuais desvios (…).
Como o parlamentarismo já foi rejeitado pelos brasileiros em dois plebiscitos, resta tentar o semipresidencialismo, pois o Brasil não pode mais ficar à mercê de um Executivo que não sabe governar e, menos ainda, de um Legislativo que exerce o poder sem responsabilidade”.
O diagnóstico está perfeito, mas o remédio que o jornal prescreve é pura cloroquina constitucional.
O semipresidencialismo pode balancear os poderes do Legislativo e do Executivo, mas pode também somar a ruindade de ambos. O melhor a fazer é eleger um presidente menos incapaz e, ao mesmo tempo, estabelecer um sistema de controle que desestimule a compra e venda de apoio parlamentar. A resposta a Bolsonaro, de fato, não pode ser um Congresso controlado por Arthur Lira.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)