Com Moro em terceiro nas pesquisas, ‘turma do centro’ rasga acordo
Em 2020 e, principalmente, em 2021, presidentes e lideranças de partidos do chamado "centro democrático" se reuniram inúmeras vezes para tratar da construção da tal Terceira Via. O Antagonista noticiou cada movimento dessa turma...
Em 2020 e, principalmente, em 2021, presidentes e lideranças de partidos do chamado “centro democrático” se reuniram inúmeras vezes para tratar da construção da tal Terceira Via. O Antagonista noticiou cada movimento dessa turma.
Eles criaram grupos de WhatsApp, se encontraram presencialmente (foto) e deram um monte de declarações bonitinhas sobre “unidade” e “construção de candidatura única”. A ideia, pelo menos na teoria, era fazer surgir uma grande “frente ampla” contra a polarização Lula x Jair Bolsonaro. Pensaram até em incluir PDT e PSB, o que não deu certo, claro.
Dos partidos que participaram dessas conversas, PV e Solidariedade já pularam para o colo de Lula.
Dos demais, quase todos lançaram candidatura própria: Cidadania (Alessandro Vieira), Novo (Luiz Felipe d’Avila), PSDB (João Doria, que venceu as prévias do partido), MDB (Simone Tebet) e Podemos (Sergio Moro).
DEM e PSL, que também eram da “turma do centro”, aguardam a concretização da União Brasil — a fusão deverá ser homologada pelo TSE em fevereiro — para decidir o que farão.
Por mais de uma vez, representantes dessas siglas disseram que havia um acordo entre eles: o de apoiar o nome mais viável eleitoralmente, a partir das pesquisas de intenções de voto. Desde que se lançou pré-candidato ao Planalto, em novembro do ano passado, Sergio Moro tem sido esse nome.
Mas, até aqui, a turma decidiu ignorar o acordo e cada um vai jogando o seu jogo. Até quem não tinha a pretensão de ter candidato — o Novo, por exemplo — acabou achando um nome para apresentar, com o argumento de que, “neste momento”, é importante e legítimo que cada partido tente se colocar na disputa.
Inicialmente, lideranças do grupo diziam que até a virada do ano — de 2021 para 2022 — os partidos poderiam fazer seus voos solos. Depois, passaram a falar em janeiro, em fevereiro, em março…
Pela lei eleitoral, as convenções partidárias que marcarão a oficialização das candidaturas só ocorrerão em julho e agosto. Está ficando claro que o discurso da “unidade” era balela, a despeito de algumas conversas aqui e outras tentativas de formar federações ali.
Lula e Bolsonaro agradecem.
Em 2023, a “turma do centro” tocará a vida, podendo, inclusive, compor facilmente com o governo da vez — exemplo do MDB.
Pelo menos duas perguntas merecem ser feitas:
1) Esses partidos querem mesmo um projeto nacional ou fizeram teatro esse tempo todo somente para manter o discurso e focar, por exemplo, na formação de bancada na Câmara?
2) E se, no lugar de Sergio Moro, algum outro nome estivesse em terceiro lugar nas pesquisas, o acordo que previa a garantia do apoio dos demais também estaria sendo rasgado ou postergado?
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