“Moro é visto nos EUA como um dos maiores”, diz CEO da Alvarez & Marsal
O executivo Marcelo Gomes, CEO da Alvarez & Marsal no Brasil, lamentou a saída de Sérgio Moro dos quadros da empresa, para disputar as eleições de 2022. Em entrevista a O Antagonista, ele disse que o ex-juiz era muito respeitado, tanto por colegas de equipe como por clientes. Segundo Gomes, o "consultor Moro" atendeu empresas na Europa, nos EUA e no Brasil...
O executivo Marcelo Gomes, CEO da Alvarez & Marsal no Brasil, lamentou a saída de Sérgio Moro dos quadros da empresa, para disputar as eleições de 2022. Em entrevista a O Antagonista, ele disse que o ex-juiz era muito respeitado, tanto por colegas de equipe como por clientes. Segundo Gomes, o “consultor Moro” atendeu empresas na Europa, nos EUA e no Brasil.
Moro integrou um time recém-criado de ex-promotores, ex-agentes do FBI e outros servidores de elite na área de investigação, assessorando clientes na implementação de políticas de governança e investigações internas.
“Ele é muito respeitado por todos. Moro é visto nos EUA como um dos maiores especialistas em combate à lavagem de dinheiro e à corrupção no mundo, pelo processo que ele liderou (Lava Jato) e o conhecimento específico adquirido em sua carreira de juiz.”
O executivo explicou que, atualmente, esse tipo de conhecimento é muito demandando no mercado global, “por todas as exigências de governança dos fundos institucionais que querem investir em empresas”.
Marcelo Gomes comentou ainda que Moro “tinha um futuro promissor na área” e estava “aprendendo muito rápido” a atuar como consultor.
“É bem diferente de ser juiz ou ministro da Justiça, pois o consultor tem esse papel de ajudar o cliente no processo decisório. Ele era um executivo em transformação, desenvolvendo-se com qualidade muito grande e respeitabilidade. Quando ele saiu, vários clientes lamentaram.”
Sobre a remuneração divulgada por Moro, o CEO afirmou que é um salário padrão de “managing director” (diretor-gerente) nos EUA. “Claro que nosso modelo de remuneração inclui também performance e desempenho. Mas como ele ficou pouco tempo, não teve o privilégio de ter parte do resultado do que entregava aos clientes.”
“Antes de entrar para a Alvarez & Marsal, Moro recebeu propostas de várias outras empresas. Nosso salário não era o melhor, mas oferecíamos melhores condições para ele desenvolver o que queria: compliance e governança. Atuar no mercado privado para impedir que o segmento público seja corrompido.”
Gomes disse também que empresa permanece aberta para profissionais com “qualidade e ética”, como Moro, e que o ex-juiz, no ambiente corporativo, mostrou-se um profissional “bem-humorado, divertido”.
“A decisão de voltar ao Brasil foi exclusiva dele. Ele falou que precisava voltar para defender um legado de combate à corrupção, vencendo ou não as eleições. Disse que sua intenção era trazer a pauta ao debate eleitoral, ajudar o pais a ter uma governança melhor para que o mundo enxergue o país de outra forma. De nossa parte, o apoiamos, sem problema.”
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