“Tentar diminuir os preços dos combustíveis passa pelo uso de dinheiro público”
Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), afirmou que frear o aumento de preços dos combustíveis é praticamente impossível. Segundo ele, os valores consideram as cotações internacionais do petróleo e a política de preços da Petrobras. Com isso, o máximo que o governo pode fazer é tentar reduzir a intensidade dessas elevações, bancando uma parte do custo com dinheiro público...
Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), afirmou que frear o aumento de preços dos combustíveis é praticamente impossível. Segundo ele, os valores consideram as cotações internacionais do petróleo e a política de preços da Petrobras. Com isso, o máximo que o governo pode fazer é tentar reduzir a intensidade dessas elevações, bancando uma parte do custo com dinheiro público.
“O que o governo pode tentar fazer é amenizar os aumentos. O que incomoda a população é a falta de previsibilidade. No passado, a ex-presidente Dilma Rousseff usou o caixa da Petrobras para fazer uma política pública e quase quebrou a empresa. Não há espaço para isso. Qualquer tabelamento ou congelamento de preços cria uma distorção enorme no mercado, além de pressionar a inflação no futuro”, disse.
Apesar das limitações, Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem (19) que enviará ao Congresso um projeto para reduzir o preço dos combustíveis. Entretanto, ele não deu detalhes sobre o projeto.
Rodrigues afirmou que as alternativas existentes para tentar diminuir a intensidade dos aumentos de preço passa pelo uso de dinheiro público. Ele citou como exemplo o que é feito pelo governo de Portugal.
“Em Portugal, o cidadão abastece o veículo e recebe de volta do governo uma valor que se refere aos tributos cobrados. É como se fosse um voucher“, disse.
Outra alternativa, afirmou o especialista, é a criação de um fundo de estabilização. Uma proposta sobre o tema está em debate no Senado. Rodrigues afirmou o fundo também custeado com recursos públicos.
“Independente do montante, esse dinheiro saí de algum lugar, que é o caixa do Tesouro Nacional. A discussão que precisa ser feita pela sociedade e passa pelo Congresso é se o dinheiro do Tesouro seria bem gasto para segurar o preço dos combustíveis. Ou esses recursos deveriam ser aplicados na saúde, educação e segurança pública. Tentar diminuir os preços dos combustíveis passa pelo uso de dinheiro público”, disse.
Como mostramos, para reduzir em R$ 1 o preço da gasolina e do diesel, o governo teria de gastar quase R$ 100 bilhões por ano. Essa despesa leva em conta estimativas feitas pela Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia. A equipe econômica é contra propostas do gênero porque dependem de volumes significativos de dinheiro público.
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