Agamenon: Codinome Beija-Flor
Ontem foi quarta-feira de cinzas, hoje é quinta-feira de cinzas e amanhã será sexta-feira de cinzas. O carnaval não acaba nunca no Brasil. Na verdade vai durar até 2016. É que a Polícia Federal ficou de anunciar a lista dos políticos envolvidos no petrolão depois do carnaval. Por isso mesmo, em Brasília, votaram uma lei ampliando a duração do período momesco até, pelo menos, o carnaval do ano que vem.
Ontem foi quarta-feira de cinzas, hoje é quinta-feira de cinzas e amanhã será sexta-feira de cinzas. O carnaval não acaba nunca no Brasil. Na verdade vai durar até 2016. É que a Polícia Federal ficou de anunciar a lista dos políticos envolvidos no petrolão depois do carnaval. Por isso mesmo, em Brasília, votaram uma lei ampliando a duração do período momesco até, pelo menos, o carnaval do ano que vem.
Mas se o carnaval de 2015 ainda não acabou pelo menos já tem um grande vencedor. É o Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis com o enredo “Um Griô Conta a História: um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade”. Como se pode observar, o enredo é muito maior que a extensão territorial da Guiné Equatorial propriamente dita. Só para fazer a análise sintática do enredo foram gastos mais de 2 milhões de reais.
Quem patrocinou a escola, comparecendo com 10 milhões de reais, foi o ditador da Guiné, o ex-centroavante do Flamengo, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o Negueba e o seu filho, Teodorin Obiang Nguema Mbasogo Jr., o Lulinha. Na verdade foi uma joint-venture entre o conhecido bicheiro, Anysio Abraão e as empreiteiras Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão, líderes de um consórcio que faz a reforma do banheiro do Teodoro Negueba no seu palácio em Malabo, a capital da Guiné Equatorial. Segundo a assessoria da presidenta Dilma Roskoff a reforma do banheiro é mais uma obra do PAC.
Mas o que bombou mesmo na avenida foi o camarote exclusivo da Guiné Equatorial, camarote onde fui convidado a penetrar disfarçado de lagosta. Assim que adentrei o local, tratei logo de tirar a fantasia, antes que algum guieenense, guloso e avantajado, comesse o meu rabo. Imediatamente me misturei naquela multidão VIP de afrodescentes e afro-residentes que apreciavam a evolução da Beija-Flor à base de Don Perignon, Veuve Clicquot e outros marafos da melhor qualidade. Por falar nisso, antes do desfile, rolou um pequeno estresse entre a PM carioca e a comitiva dos guinéus equatorienses que resolveram chegar todos juntos, na mesma hora, no Sambódromo. Os policias cariocas pensavam que se tratava de um arrastão e baixaram a porrada na comitiva.
Entre os convidados do camarote VIP estavam a Regina Casé e o sociólogo esquisitão, Hermano Viana, que convidaram o ditador para participar de uma edição do Esquenta. Quem também estava presente na boca-livre era a deputada, negra, mulher e favelada Benedita da Silva que, na sua condição de “habitante de comunidade “. aproveitou para “armar um barraco” no luxuoso camarote. Explico: é que o ditador Negueba começou a arrastar a asa para a Bené, que por sua vez, de olho na volumosa verba do ditador, resolveu “dar condição” para o soba africano. Enciumado, o esposo da Bené, o avantajado ator Antonio Pitanga, resolveu atacar o ditador com o seu bicho de estimação, a sua enorme Mamba Negra, a serpente mais venenosa da África. Mais de vinte seguranças foram utilizados para segurar a enorme serpente do ator. Para neutralizar a cobra venenosíssima, tiveram até que chamar um carnavalesco que, corajosamente, chupou todo o veneno da bicha. No caso, a cobra.
Agamenon Mendes Pedreira é afro-transcendente.
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