Resistência pública à PEC do Calote no Senado se restringe a poucos
Mais cedo, como registramos, Jair Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan, demonstrou preocupação em relação a eventual tramitação da PEC dos Precatórios no Senado. Mas, por enquanto, poucos senadores se manifestaram publicamente contra a proposta que autoriza uma gambiarra fiscal para que o governo federal consiga dinheiro para bancar o Auxílio Brasil...
Mais cedo, como registramos, Jair Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan, demonstrou preocupação em relação a eventual tramitação da PEC dos Precatórios no Senado.
Mas, por enquanto, poucos senadores se manifestaram publicamente contra a proposta que autoriza uma gambiarra fiscal para que o governo federal consiga dinheiro para bancar o Auxílio Brasil, principal aposta do Centrão para reeleger Jair Bolsonaro. A PEC deverá ser votada amanhã (9), em segundo turno, na Câmara.
Em a proposta sendo aprovada pelos deputados em definitivo, Rodrigo Pacheco já sinalizou que pretende levar o assunto diretamente para o plenário, sem análise prévia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida atualmente por Davi Alcolumbre.
O Antagonista procurou vários senadores ao longo do dia, mas somente integrantes do Podemos e Fabiano Contarato, da Rede, deram retorno sobre o assunto. Nas redes sociais, outros senadores, como Alessandro Vieira (Cidadania) e Randolfe Rodrigues (Rede), já se manifestaram contra a PEC. No entanto, esse total ainda é pequeno diante dos 81 senadores.
Alvaro Dias, líder do Podemos disse ser “contra o calote e o furo no teto de gastos”. Ele acrescentou ser favorável ao Auxílio Brasil, mas com outras fontes de recursos, especialmente as utilizadas no âmbito do orçamento secreto.
Lasier Martins (Podemos) também afirmou ser contra a proposta aprovada em primeiro turno na Câmara, mas sinalizou voto favorável caso sejam feitas mudanças consideráveis no texto.
“Se for possível repassar verba do orçamento secreto e das emendas de relator para o Auxílio Brasil, concordarei com retirada de parcela dos precatórios”, ponderou.
Jorge Kajuru (Podemos) disse que a PEC em questão “é, na verdade, um artifício com objetivos eleitorais, o que ficou claro com a liberação pelo Executivo de quase R$ 1 bilhão em emendas parlamentares antes da votação em primeiro turno na Câmara”.
“Vou votar contra a PEC. É obvia a necessidade de ajuda às camadas mais pobres, mas o Instituto Fiscal Independente do Senado já mostrou que o governo pode até ampliar o número de atendidos pelo programa social sem promover calote ou criar rombos no teto“, acrescentou.
Oriovisto Guimarães (Podemos) também antecipou voto contrário à PEC.
Fabiano Contarato, da Rede, afirmou ser “categoricamente contrário à PEC do Calote”, que, no entender dele, “promove uma farra com dinheiro público em ano eleitoral, para beneficiar Bolsonaro e o Centrão”.
“Os precatórios compõem a dívida consolidada da União: qualquer moratória no seu pagamento é tão grave quanto uma medida análoga nos títulos do Tesouro ou nos contratos de empréstimos tomados pelo governo. Essa medida cria uma bola de neve fiscal para as futuras gerações e para o próximo governo. Não é possível calotear credores para encher as burras do Centrão e de Bolsonaro de dinheiro público: trata-se de um ocaso de um governo que se diz liberal, mas que transparece ser caloteiro e demagógico.”
Contarato ainda criticou a intenção de Pacheco de encurtar a tramitação no Senado.
“Entendo, respeitosamente, se tratar de uma medida inconveniente: devemos tratar esse assunto com rigor e seriedade, sem açodamentos casuísticos.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)