Mario Sabino, na Crusoé: “Eu tive um sonho”
"Era uma vez um jovem operador que, na mesa de um grande banco de investimentos, mostrou tino extraordinário na compra e venda de ativos", diz Mario Sabino, em sua coluna na Crusoé. "Ambicioso acima da média de ambição já muito alta na profissão, ele juntou-se a outro colega, e a outro, e a outro, para derrubar os patrões e tomar o controle do banco...
“Era uma vez um jovem operador que, na mesa de um grande banco de investimentos, mostrou tino extraordinário na compra e venda de ativos”, diz Mario Sabino, em sua coluna na Crusoé.
“Ambicioso acima da média de ambição já muito alta na profissão, ele juntou-se a outro colega, e a outro, e a outro, para derrubar os patrões e tomar o controle do banco. Objetivo alcançado, o ex-operador de mesa, agora banqueiro, começou a se livrar de todos os colegas que o haviam ajudado a derrubar os patrões — e ficou dono do pedaço inteiro. O agora banqueiro percebeu, então, que o maior negócio que ele poderia fazer na vida era aproximar-se de poderosos da política — e auxiliá-los nos seus projetos de poder e de enriquecimento ilícito. Em troca, ele se regalaria com bons nacos de empresas estatais e, principalmente, se beneficiaria de informações privilegiadas que fariam o seu banco bombar no mercado de juros futuros, câmbio e ações.”
“O novo amigo dos poderosos da política começou, então, a saber antecipadamente se a taxa básica de juros subiria ou baixaria, se a moeda nacional se valorizaria ou desvalorizaria frente ao dólar, bem como outros movimentos do governo que poderiam repercutir no seu terreiro cada vez maior. Uma tremenda vantagem competitiva em relação aos concorrentes que continuavam a operar dentro dos larguíssimos limites das regras que regem o mercado financeiro no país — mas que não eram largos o suficiente para ele, o agora banqueiro e novo amigo dos poderosos da política.”
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