Fabio Wajngarten: cadê o poder que estava aqui?
No comando da Secom, Fabio Wajngarten foi o responsável por promover uma série de campanhas de desiformação sobre a Covid durante toda a pandemia. No início de 2021, em meio ao atraso na vacinação e à tragédia em Manaus, a pressão sobre o governo aumentava a cada dia. O presidente caia em todas as pesquisas que analisavam possíveis cenários para as eleições de 2022. Nesse contexto, o chefe da Secom passou a se desentender com Fábio Faria, a quem era subordinado. Como O Antagonista revelou, para o ministro das Comunicações, o secretário atuava "sem prestar contas", em "voo próprio"...
No comando da Secom, Fabio Wajngarten foi o responsável por promover uma série de campanhas de desinformação sobre a Covid durante toda a pandemia. No início de 2021, em meio ao atraso na vacinação e à tragédia em Manaus, a pressão sobre o governo aumentava a cada dia. O presidente caia em todas as pesquisas que analisavam possíveis cenários para as eleições de 2022.
Nesse contexto, o chefe da Secom passou a se desentender com Fábio Faria, a quem era subordinado. Como O Antagonista revelou, para o ministro das Comunicações, o secretário atuava “sem prestar contas”, em “voo próprio”.
A gota d’água foi um pedido de R$ 100 milhões feito por Wajngarten ao então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para financiar emissoras que apoiam o governo. O comandante da estatal negou o pedido.
Depois da intensificação das desavenças com Faria, Bolsonaro exonerou Wajngarten em 11 de março. O almirante Flávio Rocha foi nomeado para substituí-lo.
O ex-chefe da Secom recusou os cargos oferecidos pelo presidente. As opções eram sinecuras na EBC e na Apex, ou então se tornar assessor especial do Ministério do Meio Ambiente.
Em abril, com a instalação da CPI da Covid, Wajngarten deu uma entrevista à Veja em que tentou eximir Bolsonaro de qualquer responsabilidade pelo atraso na vacinação e pela recusa a ofertas da Pfizer.
Na ocasião, o ex-secretário afirmou que atuou como uma espécie de intermediário nas conversas com a empresa e que teria sido o responsável por levar ao presidente uma das ofertas.
Wajngarten atribuiu à “equipe que gerenciava o Ministério da Saúde“ o fato de o contrato com a Pfizer não ter sido assinado, jogando responsabilidade na conta de Eduardo Pazuello: “Houve incompetência”.
As declarações levaram o ex-chefe da Secom para o centro das atenções da CPI. Ele foi um dos primeiros convocados.
Em seu depoimento, foi pego mentindo diversas vezes e tentou proteger Bolsonaro a todo custo.
Wajngarten disse que dialogou com a Pfizer por iniciativa própria. Ele admitiu que teve uma reunião com integrantes da empresa em 17 de novembro de 2020, dois meses após o envio da primeira oferta de vacinas ao país.
Apesar das conversas com a empresa, o ex-chefe da Secom negou que tenha negociado vacinas em nome do governo.
Wajngarten também foi duramente criticado pelo slogan de uma campanha publicitária do governo, veiculada em 2020 — “O Brasil não pode parar”, que defendia a retomada da economia em meio ao aumento diário dos números de casos e mortes por Covid.
O ex-secretário negou que tivesse sido o responsável pela peça publicitária.
Durante o depoimento, o relator da CPI, Renan Calheiros, defendeu a prisão de Wajngarten em duas oportunidades, depois de uma série de contradições do depoente.
No relatório final da comissão, em outubro, Renan pediu o indiciamento do ex-chefe da Secom por prevaricação e advocacia administrativa.
O ex-comandante da Secom brilhou em 2021 como uma estrela cadente.
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