Documentos do Planalto confirmam que Pazuello manteve Dias no cargo após denúncias
Documentos do Palácio do Planalto encaminhados à CPI da Covid confirmam que o governo federal manteve no cargo por 8 meses o então diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, mesmo após o ex-ministro Eduardo Pazuello ter determinado a sua exoneração...
Documentos do Palácio do Planalto encaminhados à CPI da Covid confirmam que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello manteve no cargo o então diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, mesmo após ter recebido as primeiras denúncias relacionadas a atos de corrupção na pasta.
Em outubro do ano passado, conforme informações da CPI da Covid, Pazuello recebeu denúncias sobre suspeitas de irregularidades na aquisição de testes rápidos de Covid. O general então decidiu exonerar Dias por possível envolvimento do ex-diretor no esquema.
Apesar disso, segundo a CPI, Dias foi mantido na função por pressão política. A suspeita é que o então presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) tenha atuado em favor de Dias. Conforme informações que chegaram ao colegiado, Dias era um importante aliado de Davi na liberação de insumos da Saúde para o Amapá, base eleitoral do atual presidente da CCJ.
Segundo despacho da Casa Civil que foi encaminhado à CPI, Pazuello encaminhou em 28 de outubro para o então ministro-chefe Walter Braga Netto o pedido de demissão de Dias. A Casa Civil elaborou a minuta de portaria de desligamento do ex-diretor de logística, mas ela não foi publicada.
O novo pedido de exoneração ocorreu apenas em 29 de junho deste ano, após a CPI da Covid descobrir que ele teria pedido propina de US$ 1 por dose da vacina Astrazeneca, em negociação com o cabo Luiz Paulo Dominguetti da Davati. Após essa nova solicitação, já na gestão Queiroga, houve o desligamento do ex-diretor de logística da Saúde.
Dias é apontado pela CPI como o operador do PP no Ministério da Saúde. Na visão da Comissão Parlamentar de Inquérito, ele era responsável por mediar fraudes em contratos da pasta para favorecer o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Dias e Barros negam qualquer envolvimento ou irregularidades.
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