Boa hora para privatizar a Febraban
Está na hora de privatizar a Federação Brasileira de Bancos. O quiproquó com o tal manifesto de apoio à democracia, elaborado juntamente com a valorosa Fiesp e outras associações patronais conhecidas por sua combatividade, trouxe à tona que Banco do Brasil e Caixa -- bancos controlados pelo governo federal -- são responsáveis por 22% do orçamento da Febraban. Ou seja, os banqueiros, grandes defensores das privatizações, contam com uma entidade que recebe uma bolada de bancos estatais...
Está na hora de privatizar a Federação Brasileira de Bancos. O quiproquó com o tal manifesto de apoio à democracia, elaborado juntamente com a valorosa Fiesp e outras associações conhecidas por sua combatividade, trouxe à tona que Banco do Brasil e Caixa — bancos controlados pelo governo federal — são responsáveis por 22% do orçamento da Febraban. Ou seja, os banqueiros, grandes defensores das privatizações, contam com uma entidade que recebe uma bolada de bancos estatais.
No mundo ideal, que está muito longe de ser este em que vivemos, uma federação com participação de bancos controlados por Brasília poderia fazer manifestos com críticas ao governo e tudo bem. Só que as coisas funcionam de maneira diferente no mundo real — e não é apenas sob Jair Bolsonaro, não, seria sob qualquer governante. É que com o atual inquilino inadimplente do Palácio do Planalto, a coisa toda fica mais desastrada e estridente. Fosse outro locatário mais habilidoso, qualquer manifesto teria sido morto na origem e talvez nem soubéssemos disso. Será que banqueiro pensou em fazer manifesto em prol da democracia na época do mensalão, das pedaladas fiscais, do petrolão, do “tem de manter isso aí”, e alguém desaconselhou? É só uma pergunta.
Se a Febraban quiser exercer plenamente o seu direito à liberdade de expressão, sem freios do governo, de qualquer governo, deve ser composta apenas por bancos privados. Eles que dividam os 22% das despesas que são do Banco do Brasil e da Caixa. De preferência, sem repassar o custo disso à clientela, que já paga demais pelos serviços e ainda tem de arcar com juros extorsivos.
Uma Febraban sem bancos públicos teria até mais representatividade, ao contrário do que já andam gritando por aí. Poderia até lutar pela privatização de Banco do Brasil e Caixa, veja só.
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