Caserna se divide sobre apoio a Bolsonaro contra Supremo
A cúpula militar está dividida sobre o apoio a Jair Bolsonaro na guerra aberta contra o Supremo. Enquanto alguns oficiais do Alto Comando garantem que "não vão embarcar numa aventura golpista", outros relativizam -- e até justificam -- os ataques do presidente da República aos ministros...
A cúpula militar está dividida sobre o apoio a Jair Bolsonaro na guerra aberta contra o Supremo. Enquanto alguns oficiais do Alto Comando garantem que “não vão embarcar numa aventura golpista”, outros relativizam — e até justificam — os ataques do presidente da República aos ministros
Um general reformado que já integrou a cúpula militar do atual governo disse a O Antagonista, em caráter reservado, que o STF “perdeu a compostura” antes de Bolsonaro. Outro militar, ex-assessor de Michel Temer, afirmou que “ninguém está ajudando a democracia”.
“O problema é que estamos sem referência. Não sei onde vamos parar, mas Bolsonaro não pode ser culpado de tudo de ruim que acontece no Brasil. As instituições, de forma geral, estão perdendo a credibilidade. Não sei onde vamos parar.“
Há nas fileiras das Forças Armadas um diagnóstico de que a crise atual tem natureza “política” e “sua solução precisa ser política, pela via democrática”. Mas o limite nunca foi tão tênue. “Reclamam do Bolsonaro, mas o inquérito das fake news é constitucional?”, questiona um dos oficiais.
Um atual membro do Alto Comando comenta que Luiz Fux foi “coerente” ao interromper o diálogo com Bolsonaro. “É preciso deixar a poeira baixar. Nossa preocupação é impedir que a dinâmica de ataque piore e comprometa as eleições de 2020 e a legitimidade do mandato de quem vencer, seja quem for”.
A maioria dos integrantes da cúpula militar, porém, não gostaria de ver a volta de Lula e apoia uma terceira via. Nesta semana, o próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, deu sinais de que ele mesmo poderia ser o candidato alternativo.
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