Embaixador dos EUA diz que Brasil é “super democrático”
O embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, disse nesta quinta (22) que o Brasil "é um um país super democrático". Em café da manhã com jornalistas na residência oficial, Chapman comentou as declarações...
O embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, disse nesta quinta (22) que o Brasil “é um um país super democrático”.
Em café da manhã com jornalistas na residência oficial, Chapman comentou as declarações recentes do presidente Bolsonaro e aliados sobre impedir a realização de eleições em 2022. Bolsonaro já falou sobre isso abertamente mais de uma vez.
“Todos que fizeram previsões [de] que ia acabar a democracia no Brasil até agora estão (sic) errados”, disse o embaixador. “Eu já vi muitas dessas especulações. Então estamos ainda muito bem. Ainda estamos debatendo temas, a ‘prensa’ [imprensa] está livre, você pode escrever o que você quiser. Essa é a situação que nós temos toda a confiança e expectativa que vai continuar sendo por muitas décadas mais”.
“A fortaleza do Brasil é o seu compromisso à democracia e à fortaleza das instituições. O Brasil tem um sistema similar ao dos Estados Unidos (…) entre esses três entes [os três Poderes] sempre tem tensão, sempre, numa democracia. Tem no meu país, tem aqui. O importante é a continuidade de uma democracia constitucional. Então sim, sempre acompanhamos as tendências democráticas em todos os países. Até escrevemos ‘reportagens’ [o embaixador quis dizer ‘relatórios’] sobre isso cada ano (…) A conversa é muito animada e tudo isso, mas é importante que a democracia institucional continue viva e forte no país. Eu tenho toda a confiança que isso vai ser a realidade”, disse o embaixador.
Chapman afirmou que diplomatas americanos ficam em posição difícil quando são perguntados sobre eleições em outros países, especialmente na América Latina: se expressam uma opinião, são criticados por interferir; se não falam nada, críticos dizem que os Estados Unidos não dão importância ao tema.
Com essa ressalva, perguntado sobre urnas eletrônicas, disse: “É complicado. É claro que é complicado. Porque alguns confiam numa maneira de eleição e outros confiam em outra maneira. Vocês têm que resolver. Uma maneira democrática, aberta. Eu já fui observador internacional de eleições, acho que oito ou nove vezes”.
Sobre a possibilidade de um rompimento democrático no Brasil, disse: “Eu vou deixar a especulação para vocês [jornalistas]. Nós vamos trabalhar com nossos parceiros democráticos, [o] que inclui o governo do Brasil”.
E acrescentou:
“Na minha opinião, isso não é o que está em jogo (…) Vai ter pessoas que estão a favor do governo, vão ter alguns que estão contra o governo. Tem um diálogo ótimo. Esse é um país super democrático, esse é um país com uma super tradição, esse é um país com instituições que são bastante fortes. E eu confio na liderança desse país em todos os ‘ramos’ [ou seja, os Três Poderes, chamados de ‘ramos’ do governo em inglês] do seu governo para fazer a coisa certa. E a coisa certa é continuar com a grande tradição democrática que o Brasil tem e [de] que todos temos muito orgulho, muita confiança, muita experiência”.
As declarações de Chapman têm tom bem diferente das do ex-secretário de Estado e atual Enviado Presidencial para o Clima John Kerry, que chamou o governo do Brasil de ‘regime’ em audiência com deputados americanos. O termo ‘regime’ é usado por diplomatas dos EUA, Kerry inclusive, para se referir a ditaduras como a China.
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