PF diz que documento do Ibama foi usado para validar exportação de madeira ilegal aos EUA
Perícia da Polícia Federal mostrou que documentos do Ibama foram usados para validar a exportação de madeira ilegal para os EUA. Segundo a PF, a análise "demonstrou que a origem dos produtos florestais que foram exportados por meio do contêiner TCNU7091944 apresentou DOFs [Documento de Origem Florestal] emitidos mais de oito meses após o final dos sinais de exploração florestal detectados em imagens de satélite"...
Perícia da Polícia Federal mostrou que documentos do Ibama foram usados para validar a exportação de madeira ilegal para os EUA. Segundo a PF, a análise “demonstrou que a origem dos produtos florestais que foram exportados por meio do contêiner TCNU7091944 apresentou DOFs [Documento de Origem Florestal] emitidos mais de oito meses após o final dos sinais de exploração florestal detectados em imagens de satélite”.
A informação foi divulgada pelo G1.
A PF disse ainda no relatório que a emissão posterior desses documentos “é bastante inusual e reforça a possibilidade de ‘lavagem’ de produtos florestais de outras áreas a partir de documentos emitidos por essa origem”.
“Dúvida não há de que os produtos florestais apreendidos pelas autoridades norte-americanas ou são oriundos, em sua maior parte, de áreas de concessão florestal no interior da Florestal Nacional de Altamira, ou foram extraídos de outras áreas, provavelmente próximas, mas legalizados por meio de documentos ideologicamente falsos dessas mesmas concessões.”
Investigação no Meio Ambiente
O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, foram alvo de operação da Polícia Federal em 19 de maio deste ano, após autorização do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Nesse dia, documentos da PF obtidos por O Antagonista, mostraram que o Ibama mentiu aos Estados Unidos sobre legalidade de madeira extraída no Brasil.
Segundo a PF, empresas que atuam com extração de madeira pressionaram a direção do Ibama por ajuda na liberação de cargas ilegais retidas por autoridades dos EUA.
Segundo a PF, após a pressão, Eduardo Bim produziu um “despacho interpretativo” informando autoridades dos EUA sobre “orientação geral no sentido de dispensar a necessidade de autorização específica para exportação dos produtos e subprodutos florestais de origem nativa em geral”.
As incongruências documentais foram questionadas, segundo a PF, pelo adido dos EUA no Brasil, Bryan Landry, e outros funcionários da Embaixada Americana. Eles, inclusive, reuniram-se com Bim; Raquel Bevilaqua, Chefe da Divisão de Assuntos Internacionais; e João Pessoa Riograndense Moreira Junior, à época coordenador-geral do Ibama.
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