Nem denúncias impediram governo Bolsonaro de pedir antecipação de doses da Covaxin
Já durante a gestão Marcelo Queiroga, o Ministério da Saúde pediu a antecipação de entrega de doses da vacina Covaxin, apesar das denúncias sobre irregularidades no contrato firmado com a Bharat Biotech, por meio da Precisa Medicamentos...
Já durante a gestão Marcelo Queiroga, o Ministério da Saúde pediu a antecipação de entrega de doses da vacina Covaxin, apesar das denúncias sobre irregularidades no contrato firmado com a Bharat Biotech, por meio da Precisa Medicamentos.
Em 20 de março deste ano, como revelou com exclusividade O Antagonista, Jair Bolsonaro foi alertado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) sobre indícios de irregularidades na contratação da vacina indiana.
Dez dias depois (dia 30 de março), porém, o Ministério da Saúde encaminhou um ofício para a Bharat Biotech solicitando a antecipação de entrega de doses de vacinas, segundo nota técnica à qual O Antagonista teve acesso. O Antagonista apurou que o pedido era para a entrega de pelo menos 3 milhões de doses.
A nota técnica, que está em posse dos senadores da CPI da Covid, reforça a suspeita de que o Ministério da Saúde, ao contrário do que alegou o ex-ministro Eduardo Pazuello, não adotou qualquer tipo de providência em relação ao contrato da Precisa Medicamentos. Além disso, o documento não faz qualquer menção a pedidos de investigação ou de auditoria por parte do Ministério da Saúde.
Hoje, o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou à Procuradoria-Geral da República que, em 22 de março, véspera de sua demissão, mandou o então secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, fazer uma “averiguação prévia” sobre indícios de irregularidades no contrato da Covaxin. Pazuello deixou de ser ministro um dia depois, em 23 de março; Elcio Franco foi exonerado em 26 de março. Ou seja, a investigação durou, no máximo, três dias.
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