Centrão vai esperar suposta gravação de Bolsonaro para voltar a discutir impeachment
Líderes do Centrão, em reservado, dizem que o caso Covaxin é um fato novo em Brasília, mas ponderam que vão aguardar a divulgação de provável gravação de Jair Bolsonaro feita pelo deputado Luis Miranda (DEM) ou seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, para avaliar a possibilidade de pensar em impeachment do presidente...
Líderes do Centrão, em reservado, dizem que o caso Covaxin é um fato novo em Brasília, mas ponderam que vão aguardar a divulgação de provável gravação de Jair Bolsonaro feita pelo deputado Luis Miranda (DEM) ou seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, para avaliar a possibilidade de pensar em impeachment do presidente.
Arthur Lira foi bastante pressionado no fim de semana a dar alguma resposta após a revelação de que Bolsonaro foi alertado de possíveis irregularidades envolvendo a compra da Covaxin — como O Antagonista noticiou com exclusividade — e teria citado, segundo Miranda, ao ser informado das denúncias, o nome do líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP). Em entrevista a O Antagonista no último sábado, Miranda sugeriu que teria uma gravação de Bolsonaro.
Líderes partidários têm ouvido de Lira que, por enquanto, a decisão continua sendo não abrir processo de impeachment de Bolsonaro. O argumento nos bastidores já são conhecidos: o de que o Congresso pararia de vez e o andamento de projetos importantes, como as reformas administrativa e tributária, seria prejudicado.
Até aqui, a certeza na Câmara é a de que o caso Covaxin vai parar, pelo menos, no Conselho de Ética, com representações que poderão ter como alvo tanto Ricardo Barros como Luis Miranda.
Lira também está sendo cortejado por deputados interessados em instalar uma CPI na Câmara especificamente para tratar da Covaxin. Os defensores argumentam que há dois deputados envolvidos nas denúncias — Miranda e Barros — e há fato determinado claro. A base do governo vê com animação essa possibilidade, pois acredita que, com maioria na Câmara — diferentemente da situação na CPI no Senado –, o Planalto poderia usar a comissão para se defender e seguir desacreditando Miranda.
O presidente da Câmara, porém, avalia que, pelos mesmos motivos relacionados ao impeachment, não é momento de abrir CPI também na Câmara.
Líderes do Centrão estão estimulando Ricardo Barros a, se estiver seguro de seu não envolvimento em possíveis irregularidades, que “vá para cima”, use o espaço na CPI no Senado e se justifique diante de Bolsonaro e de seus eleitores — é o que ele já começou a fazer.
Sem gravação, avaliam caciques partidários, ficará a palavra de Miranda contra a do presidente — que ainda não desmentiu o deputado, ressalte-se — e a vida seguirá. A verdade é que manter Bolsonaro no poder ainda interessa a quase todo mundo em Brasília. Ainda.
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