Antes de assinar com Pfizer, Saúde encomendou lote adicional de 50 milhões de doses da Covaxin
Nota técnica do Ministério da Saúde em posse da CPI da Covid revela que o governo federal encomendou 50 milhões de doses adicionais da vacina Covaxin nove dias após ter assinado o primeiro contrato com a Precisa Medicamentos, representante do laboratório Bharat Biotech...
Nota técnica do Ministério da Saúde em posse da CPI da Covid revela que o governo federal encomendou 50 milhões de doses adicionais da vacina Covaxin nove dias após ter assinado o primeiro contrato com a Precisa Medicamentos, representante do laboratório Bharat Biotech.
Além disso, conforme registros do Ministério da Saúde aos quais O Antagonista teve acesso, a encomenda para a aquisição de mais doses da vacina da Bharat Biotech ocorreu em um sábado, antes mesmo de a pasta ter assinado o primeiro contrato com a Pfizer para receber 100 milhões de doses de vacinas. O governo federal assinou com a Pfizer apenas em 18 de março deste ano.
As tratativas com o laboratório indiano estão na mira dos integrantes da CPI da Covid, sob suspeita de que o governo federal favoreceu, de forma ilegal, a Precisa Medicamentos. Hoje, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) vai falar à comissão sobre os alertas dados a Jair Bolsonaro sobre os indícios de irregularidades nos contratos da Precisa com o governo federal. O caso foi noticiado com exclusividade por O Antagonista. O presidente da República, por sua vez, alegou que “não foi gasto um centavo com a Covaxin”.
Em 25 de fevereiro, o Ministério da Saúde assinou o contrato com a Precisa Medicamentos para o fornecimento de 20 milhões de doses do imunizante indiano. Depois, em 6 de março (um sábado), sem qualquer previsão sobre a entrega do primeiro lote, a pasta encaminhou um ofício para a representante do laboratório Bharat Biotech e pediu mais 50 milhões de doses.
O pedido para a segunda remessa da Covaxin ocoreeu antes de o laboratório ter obtido documentos como a certificação de boas práticas e autorização de importação do imunizante. Em 29 de março, a Anvisa negou a certificação de boas práticas ao laboratório indiano; dois dias depois, o órgão também negou autorização para importação da vacina.
Para efeito comparativo, o contrato com a Pfizer somente foi assinado após a aprovação do imunizante pela Anvisa.
Como mostramos mais cedo, o governo federal assinou o primeiro contrato com a Covaxin exatamente 44 dias após ter recebido a primeira proposta do laboratório indiano, um recorde.
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