Saiba tudo o que disse Marcellus Campêlo na CPI
O ex-secretário da Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, prestou depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (15). Ele tentou minimizar a crise do oxigênio em Manaus, contradisse a versão dada por Eduardo Pazuello sobre o episódio e foi pego mentindo diversas vezes...
O ex-secretário da Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, prestou depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (15).
Ele tentou minimizar a crise do oxigênio em Manaus, contradisse a versão dada por Eduardo Pazuello sobre o episódio e foi pego mentindo diversas vezes. O ex-secretário também tentou explicar o escândalo envolvendo o Hospital de Campanha Nilton Lins.
Saiba tudo o que disse Campêlo na CPI:
Colapso do oxigênio em Manaus
- Marcellus Campêlo disse que a White Martins alertou sobre a falta de oxigênio no dia 7 de janeiro. Segundo ele, a empresa pediu que a Secretaria interrompesse a ampliação de leitos de UTI, com medo que não desse conta da demanda.
- O ex-secretário disse que ligou para Eduardo Pazuello ainda no dia 7, para informá-lo sobre a situação. A informação contradiz o depoimento do general, que afirmou que só havia tomado conhecimento no dia 10.
- Campêlo disse que, no dia 9 de janeiro, um ofício foi enviado ao Ministério da Saúde pedindo ajuda. A primeira resposta foi o lançamento do aplicativo TrateCov, que prescrevia cloroquina até para bebês.
- O ex-secretário admitiu que subestimou a segunda onda da pandemia.
- Apesar disso, ele tentou minimizar o colapso do sistema de saúde. Segundo Campêlo, a falta de oxigênio durou apenas dois dias, 14 e 15 de janeiro. A declaração, que é mentirosa, causou a ira dos senadores.
Capitã Cloroquina
- Campêlo afirmou que a secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, a “Capitã Cloroquina”, esteve em Manaus entre os dias 4 e 6 de janeiro. Segundo ele, não havia informações sobre o risco de desabastecimento de oxigênio na época.
- O ex-secretário disse que Mayra foi à região para “enfatizar o tratamento precoce” e divulgar o aplicativo TrateCov. A visita ocorreu por causa de uma solicitação de Campêlo, que alertou o governo no dia 31 de dezembro de 2020 de que o Amazonas estava sem estoque de cloroquina.
Itamaraty
- Campêlo afirmou que o Ministério das Relações Exteriores não se mobilizou para trazer os cilindros de oxigênio oferecidos pela Venezuela durante a crise.
Revogação de medidas de isolamento
- O ex-secretário disse que as hospitalizações no Amazonas subiram depois de aglomerações para a campanha eleitoral.
- Campêlo afirmou que foi contra a revogação das medidas restritivas no estado no fim do ano passado, como determinou o governador Wilson Lima. Na época, a decisão foi celebrada por aliados do presidente Jair Bolsonaro, como seu filho Eduardo, Bia Kicis e Osmar Terra.
Imunidade de rebanho
- Campêlo disse que a tese da imunidade de rebanho natural nunca foi discutida no estado do Amazonas.
Escândalo de corrupção
- Campêlo disse que são improcedentes as acusações feitas pela Polícia Federal na quarta fase da Operação Sangria, realizada no último dia 3. O ex-secretário chegou a ser preso, acusado de ter promovido contratos fraudulentos no Hospital de Campanha Nilton Lins.
- Ele disse que não houve contratação, apenas uma requisição administrativa.
- Campêlo afirmou que pediu para demissão “por questões éticas”, para deixar que as investigações acontecessem, sem ser acusado de interferência.
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