Wellington Dias canta vitória, mas Sputnik V será aplicada em apenas 33 mil pessoas e na capital
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), celebrou a decisão da Anvisa de autorizar a importação da Sputnik V - sem dar muito destaque às várias condicionantes...
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), celebrou a decisão da Anvisa de autorizar a importação da Sputnik V – sem dar muito destaque às várias condicionantes.
Dias e Flávio Dino (PCdoB-MA), presidentes respectivamente do Consórcio Nordeste e do Consórcio da Amazônia Legal, assinaram nota publicada no sábado (5) em que “comemoram a decisão da Anvisa liberando a vacina Sputnik V”.
A assessoria de imprensa da vacina russa foi ainda mais rápida. Ainda na noite de sexta (4), publicou nota à imprensa com o título “Brasil torna-se o 67º país a aprovar a vacina Sputnik V”.
Nem o texto dos governadores nem o dos russos cita a palavra “condicionantes” ou o fato de que a agência autorizou a aplicação da vacina em no máximo 1% da população de cada estado importador.
Pelo voto do diretor Alex Campos, a Anvisa autorizou a importação de menos de 1 milhão de doses da Sputnik V – o suficiente para aplicá-la em 464 mil pessoas com as duas doses.
O estado de Wellington Dias foi autorizado a importar 66 mil doses, o suficiente para aplicação em 33 mil pessoas, cerca de 1% da população do Piauí.
Mais do que isso: pela determinação da Anvisa, a Sputnik V e a indiana Covaxin poderão ser aplicadas apenas em uma lista restrita de Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), com capacidade para atendimento a eventos adversos imediatos das vacinas.
No Piauí de Wellington Dias há apenas um centro na lista, o Hospital Infantil Lucídio Portela, em Teresina. Portanto, enquanto as condicionantes da Anvisa perdurarem, ninguém poderá receber a vacina russa no interior do estado.
Mesmo assim, os governadores e os russos cantam vitória.
Procurado desde a manhã desta segunda (7), Wellington Dias ainda não deu entrevista a O Antagonista sobre o assunto.
Leia mais: Diretor da Anvisa nega ter criado vacinas ‘de 2ª classe’ com decisão sobre Covaxin e Sputnik V
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