Especialista do TRE-RS prevê ‘cenário caótico’ em caso de recontagem com voto impresso
Ângelo Soares Castilhos, especialista em direito eleitoral do TRE-RS, disse nesta quinta (20) a deputados que a PEC do Voto Impresso, se permitir recontagens, vai gerar "um cenário caótico" nos locais de apuração...
Ângelo Soares Castilhos, especialista em direito eleitoral do TRE-RS, disse nesta quinta (20) a deputados que a PEC do Voto Impresso, se permitir recontagens, vai gerar “um cenário caótico” nos locais de apuração.
“O intuito da proposta de emenda é auditar ou recontar os votos? (…) Não fica claro na proposta de redação se o caso seria realmente de auditar – ou seja, trazer uma amostragem desse funcionamento – ou se seria recontar. E aí nós teríamos uma questão bem mais séria e bem mais cheia de transtornos nesse caminho”, afirmou, à Comissão do Voto Impresso na Câmara.
Em seguida, Castilhos mostrou fotos de apurações no Brasil na época do voto em papel:
“Se a intenção for fazer uma recontagem de 100% dos votos, este é o cenário caótico que nós temos em cada local de apuração e que vigorou até pelo menos 1998 em partes do território nacional”, acrescentou Castilhos. A eleição municipal de 2000 foi a primeira com 100% das seções usando urna eletrônica.
“Esse era um processo caótico. Muitas pessoas trabalhando muitos dias. E na minha experiência e na de muitos colegas que chegaram aos cartórios eleitorais no ínicio dos anos 2000 (…) todos os relatos eram de muita contagem fraudulenta, de muitos problemas nas apurações, muitas confusões, o famoso ‘ganhar o voto no grito’, que era muito utilizado, e aí a minha questão que vem é a seguinte: quem guarda o guarda?”, disse Castilhos.
A expressão usada por Castilhos é uma referência à obra do poeta romano Juvenal, que contém a frase “Quis custodiet ipsos custodes?”‘, também traduzida como “quem vigia os vigilantes?”.
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