Mandetta, o ursinho carinhoso da terceira via
A terceira via já tem um nome para 2022, embora ainda haja cautela -- e alguma relutância -- para assumi-lo e botar o bloco na rua logo de uma vez. Trata-se do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Dentre todos os nomes do famoso grupo de WhatsApp que reúne postulantes a oferecer um caminho que não seja o do pesadelo lulista ou o do terror bolsonarista, está claro que ele é o que reúne as melhores condições para chegar ao segundo turno e levar a presidência da República...
A terceira via já tem um nome para 2022, embora ainda haja cautela — e alguma relutância — para assumi-lo e botar o bloco na rua logo de uma vez. Trata-se do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Dentre todos os nomes do famoso grupo de WhatsApp que reúne postulantes a oferecer um caminho que não seja o do pesadelo lulista ou o do terror bolsonarista, está claro que ele é o que reúne as melhores condições objetivas para chegar ao segundo turno e levar a presidência da República. Neste momento, pelo menos.
Como demonstrou mais uma vez ontem, no seu depoimento à CPI da Covid, Luiz Henrique Mandetta é articulado e esgrime as palavras com habilidade — sabe defender-se convincentemente e atacar no momento certo. Ele se movimenta bem no meio parlamentar, tem experiência em cargo executivo e imagem muito positiva junto ao eleitorado. A sua gestão no Ministério da Saúde é um ativo que ainda continuará vivo no final do ano que vem, para contrapor-se a Jair Bolsonaro, e é suficiente para anular a lembrança das suspeitas de fraude de licitação, tráfico de influência e caixa 2 que sobre ele recaíram quando foi secretário da Saúde de Campo Grande, entre 2005 e 2010. De qualquer forma, seria sempre uma lembrança muito pálida na comparação com as biografias de Lula e o atual presidente da República.
É improvável, depois da experiência com Jair Bolsonaro, que um candidato com um discurso antipolítico, ou que venha de fora da política, angarie apoios estrategicamente importantes. Luiz Henrique Mandetta faz questão de ser político, e político palatável a diversos espectros, dado o seu equilíbrio e jogo de cintura. Certamente, num segundo turno com Jair Bolsonaro, teria votos na esquerda, ao contrário de Sergio Moro ou Luciano Huck. É político, mas com certo ar de novidade que se alia à sua juventude, ao contrário do senador Tasso Jereissati, do PSDB, que os tucanos tentam vender como o “Biden brasileiro”.
Luiz Henrique Mandetta sabe se comportar em palanque, como demonstrou nas coletivas como ministro da Saúde: é didático nas palavras e tem aquele jeito de ursinho carinhoso tão ao gosto dos eleitores mais pobres — vantagem competitiva que Lula também tem e Bolsonaro, obviamente, está muito longe de exibir.
Se nada de grave surgir contra o ursinho carinhoso da terceira via (a artilharia lulista e bolsonarista ficará mais pesada a cada dia, estejamos certos), ele tem grande chance de vencer em 2022. Eu, se fosse empresário peso-pesado, deixaria Lula de lado e me reuniria com Luiz Henrique Mandetta.
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