“Não vou fazer nada para achacar”, diz relator do orçamento, sobre possível falta de recursos para emendas
O senador Márcio Bittar (MDB), relator do Orçamento de 2021, quebrou o silêncio e rebateu hoje, em conversa exclusiva com O Antagonista, as críticas sobre o seu relatório aprovado na semana passada...
O senador Márcio Bittar (MDB), relator do Orçamento de 2021, quebrou o silêncio e rebateu hoje, em conversa exclusiva com O Antagonista, as críticas sobre o seu relatório aprovado na semana passada.
Ele disse que nada no texto foi feito sem consenso e sem aval da equipe econômica e do Palácio do Planalto.
“Pela minha trajetória, pelo que venho defendendo, está na cara que não inventei nada. Todas as mudanças passaram pelo aval da economia e do governo.”
Ao responder sobre as críticas de que o orçamento foi inflado para fins eleitorais, ele disse que “obras nos estados representam emprego e vida” neste momento de pandemia. Ele ponderou, no entanto, que não participou da reunião na qual se decidiu pelo remanejamento de R$ 26,5 bilhões da Previdência para aplicação em obras públicas, sobretudo em rodovias.
“Tentei traduzir o que era consenso entre todos os envolvidos nas discussões. Não é justo colocar na minha conta o que pus no orçamento por consenso”, insistiu.
Dos R$ 3,3 bilhões que serão indicados por Bittar, como relator do orçamento, R$ 1,3 bilhão ficará vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta comanda por Rogério Marinho.
“Mas não é dinheiro para mim, não é dinheiro meu. O relator tem um poder sobre isso, é verdade, mas não é dinheiro meu, ao contrário do que vi dizerem por aí.”
Segundo o senador governista, com Flávia Arruda (PL) na Secretaria de Governo da Presidência da República, “o governo vai ter o ano inteiro para fazer os ajustes necessários no orçamento”. A deputada presidiu a Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Quando questionado sobre informações que chegam ao Congresso de que não haverá dinheiro para pagamento integral das emendas aos parlamentares, Bittar reagiu assim:
“O governo tem no relator o seu aliado mais comprometido com a linha econômica. O orçamento está em casa, digamos assim. O governo poderá contingenciar e fazer todo arranjo que precisar fazer. Para mim, não tem problema [se não houver recursos para todas as emendas integrais]. De minha parte, não vou fazer nada para achacar, mas está nas mãos do governo.”
Bittar insistiu na defesa de que “esse orçamento não é extra teto”, não desrespeita a regra do teto de gastos.
“Tiramos de um canto para o outro, foi remanejamento. Era preciso que o governo tivesse mais calma e equilíbrio neste momento, porque não sabemos nem sequer como será o segundo semestre deste ano. Não sabemos, por exemplo, nem se o governo terá que editar um novo decreto de calamidade.”
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