O artista plástico Darlan Rosa, criador do Zé Gotinha, disse ao Painel da Folha que a versão do personagem com uma arma nas mãos, divulgada pelos filhos de Jair Bolsonaro, é uma “imagem terrível” e contrária aos propósitos idealizados por ele.

Tanto Eduardo como Flávio Bolsonaro publicaram nas redes sociais um desenho do mascote da vacinação no Brasil empunhando um misto de fuzil e vacina —o filho 03 de Jair Bolsonaro postou a mensagem “nossa arma agora é a vacina”, em claro ato falho; apagou e repostou a frase sem o “agora”.

“É tudo o que eu não penso. [Zé Gotinha] foi concebido como personagem educativo. Não há nada de educativo numa arma”, declarou Darlan, que criou o personagem em 1986, a pedido do Unicef, para uma campanha contra a pólio.

O artista plástico afirmou ainda que os direitos patrimoniais do Zé Gotinha são do Ministério da Saúde e os morais, dele. Mas disse que não acionará a Justiça. “É uma briga que não tem mais fim. Do outro lado o poder é muito maior.”