Fim da força-tarefa vai adiar operações, diz Deltan
Deltan Dallagnol afirmou que, com o fim da força-tarefa da Lava Jato, "inevitavelmente se ampliará o prazo de investigações e haverá o adiamento de operações"...
Deltan Dallagnol afirmou que, com o fim da força-tarefa da Lava Jato, “inevitavelmente se ampliará o prazo de investigações e haverá o adiamento de operações”.
Como mostramos mais cedo, a PGR converteu a força-tarefa num Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), modelo diferente de equipe dentro do MPF.
Em post publicado no Facebook, Deltan Dallagnol destacou que, no caso da Lava Jato no Paraná, apenas 4 dos 14 procuradores terão dedicação exclusiva.
O ex-coordenador disse que ainda há “muito trabalho por fazer” e que a redução ocorre “num contexto de mão de obra já insuficiente e em que os resultados dependem da eficiência dos trabalhos”.
“Tais mudanças ocorrem, infelizmente, dentro de um quadro de retrocessos no combate à corrupção, reconhecidos por organismos internacionais. É importante que a Procuradoria-Geral da República invista no reforço das equipes, o que é uma questão de prioridades”, disse.
Leia a íntegra do texto:
“O fim da força-tarefa de procuradores na Lava Jato, incorporada no recentemente criado GAECO do Ministério Público Federal no Paraná, causa preocupações. Apesar dos resultados importantes e inéditos que alcançou, e de ainda haver muito trabalho por fazer, reduziu-se o número de procuradores que trabalham com dedicação exclusiva no caso, que já foram 10 dentre 14, e hoje são apenas 4.
Apesar do profissionalismo e competência dos integrantes dos grupos e seus coordenadores, inevitavelmente se ampliará o prazo de investigações e haverá o adiamento de operações, num contexto de mão de obra já insuficiente e em que os resultados dependem da eficiência dos trabalhos.
Tais mudanças ocorrem, infelizmente, dentro de um quadro de retrocessos no combate à corrupção, reconhecidos por organismos internacionais. É importante que a Procuradoria-Geral da República invista no reforço das equipes, o que é uma questão de prioridades.
A força-tarefa se encerra como um modelo de sucesso em termos de responsabilização de corruptos, recuperação de dinheiro desviado e diagnóstico da macrocorrupção política brasileira. É necessário avançar mais, restabelecendo a prisão em segunda instância, extinguindo o foro privilegiado e promovendo reformas anticorrupção, o que dependerá, em última análise, da articulação da sociedade.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)