“Eu tô segurando as pontas”
A ORCRIM só pensa em obstruir a Lava Jato.Os grampos de Joesley Batista mostram isso claramente.Leia um trecho da coluna de Merval Pereira...
A ORCRIM só pensa em obstruir a Lava Jato.
Os grampos de Joesley Batista mostram isso claramente.
Leia um trecho da coluna de Merval Pereira:
O que se ouve nos áudios que registraram conversas nada republicanas entre o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves com o dono da JBS Joesley Batista, em momentos distintos, é uma série de crimes sendo descritos, sendo premeditados. E demonstram que continua em marcha uma ação no Congresso para anistiar os parlamentares acusados de corrupção na Operação Lava Jato e obstruir as investigações.
As conversas demonstram que os procuradores de Curitiba e o juiz Sergio Moro têm razão ao defender as prisões preventivas alongadas para impedir que os crimes continuem acontecendo. Mesmo assim, eles acontecem, como fica claro nos diálogos. O ex-deputado Eduardo Cunha tem a atuação semelhante aos chefes de facções criminosas, que continuam controlando o crime de dentro da cadeia.
Tanto Temer quanto Aécio Neves, presidente afastado do PSDB, pedem apoio do empresário para que pressione parlamentares ainda indecisos — como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia — e também que organize uma ação de empresários para conseguir a aprovação no Congresso da anistia política, esta uma sugestão de Temer que ele pede que não seja atribuída a ele.
O presidente Michel Temer ouviu relatos estarrecedores de Joesley sobre ações de apoio ao expresidente da Câmara Eduardo Cunha e ao doleiro Lucio Funaro, a partir do minuto 11 do vídeo: “Zerei tudo, liquidei tudo e ele foi firme. Veio cobrou, eu acelerei o passo e tirei da frente”, diz o empresário. Joesley disse ainda que Cunha, mesmo na cadeia, cobrava o que considerava ser uma dívida de propinas.
A certa altura, Joesley diz que, depois de todas essas providências, está bem com Eduardo Cunha, e ouve do presidente Temer: “Tem que manter isso, viu?”. A sequência da conversa não deixa dúvidas, como ressalta o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de que falavam de dinheiro que Joesley dava aos dois presos todo mês. “Eu tô segurando as pontas.”
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