Vacinação em massa: capitalistas brasileiros, uni-vos para salvar o país Vacinação em massa: capitalistas brasileiros, uni-vos para salvar o país
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Vacinação em massa: capitalistas brasileiros, uni-vos para salvar o país

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4 minutos de leitura 26.01.2021 18:02 comentários
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Vacinação em massa: capitalistas brasileiros, uni-vos para salvar o país

O governo federal deu aval para que empresas privadas possam importar vacinas contra a Covid-19. As empresas usariam metade dos lotes para imunizar os seus funcionários e a outra metade iria para o SUS. É fundamental que livre-iniciativa se envolva na imunização em massa dos brasileiros. Em artigo publicado na Crusoé, em 24 de dezembro, defendi que os grandes empresários tomassem as rédeas da vacinação dos brasileiros...

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Vacinação em massa: capitalistas brasileiros, uni-vos para salvar o país
Tony Winston/MS

O governo federal deu aval para que empresas privadas possam importar vacinas contra a Covid-19. As empresas usariam metade dos lotes para imunizar os seus funcionários e a outra metade iria para o SUS. É fundamental que livre-iniciativa se envolva na imunização em massa dos brasileiros. Em artigo publicado na Crusoé, em 24 de dezembro, defendi que os grandes empresários tomassem as rédeas da vacinação dos brasileiros, inclusive ameaçando os políticos de cortar financiamentos no caixa um, dois ou três:

“A patifaria e a inépcia governamentais em relação ao combate à Covid-19 deveriam servir para que os empresários brasileiros agissem e demostrassem aos cidadãos como o capitalismo pode ser a nossa salvação. As entidades que reúnem banqueiros, industriais e comerciantes de peso poderiam unir-se para comprar dezenas de milhões de doses das vacinas mais eficazes, assim que os laboratórios tiverem quantidade suficiente para vendê-las a quem não seja governo — o que, pelo jeito, começará a ocorrer antes que os cretinos do Poder Executivo consigam ter um plano de verdade de imunização em massa e concretizá-lo. As milhares de farmácias serviriam como postos de vacinação para a população, o que aliás já foi oferecido pela associação que as congrega. Apesar da precariedade da nossa infraestrutura, temos especialistas em logística na iniciativa privada capazes de organizar rapidamente o transporte e a distribuição de vacinas. Ninguém precisa de um bronco como Eduardo Pazuello.

Mesmo com os fabricantes de vacinas vendendo apenas para governos, os grandes capitalistas deveriam intervir para dar um basta imediato a esses estultos desonestos que nos distanciam do final do túnel — que comprem as vacinas logo, para que possamos distribuí-las e aplicá-las, ou ninguém mais terá contribuição nenhuma no caixa um, dois ou três. A lógica não é apenas da benemerência, mas da necessidade econômica. Um único mês faz diferença. Um único dia faz diferença. O país precisa urgentemente salvar vidas e empregos. O pessoal do dinheiro tem de falar grosso com esses gorilas de Brasília e dos governos estaduais. Eles ouvirão como animais amestrados. E não esqueçamos que teve banco dando bilhão de reais para minorar os efeitos da quarentena. Que seja gasto outro tanto para vacinar. Bilhão é o que não falta no capitalismo nacional.

Se banqueiros, industriais e comerciantes de peso tomassem as rédeas do processo de imunização em massa, mortes seriam evitadas, o Brasil sairia mais rapidamente do atoleiro pandêmico e quem sabe os cidadãos finalmente reconhecessem no capitalismo a via real de progresso para este país sufocado pelo estado. Com sorte, até os próprios banqueiros, industriais e comerciantes de peso chegassem à mesma conclusão.”

A dependência apenas do governo federal e dos governos estaduais atrasará ainda mais a obtenção da imunidade de rebanho requerida para proteger a população do país. É evidente a incompetência do estado brasileiro na aquisição de vacinas num mercado onde impera o pega para capar. Como os empresários pagarão bem mais caro por cada dose, a fila poderá andar mais rápido junto aos laboratórios que comandam o espetáculo, assim que eles estejam livres para vender imunizantes a empresas privadas — espetáculo que, por sinal, já ganhou contornos obscenos de concupiscência, com farmacêuticas atrasando a entrega a países da Europa de encomendas contratadas meses atrás, a fim de tentar renegociar os preços. Além disso, há a extrema dependência de insumos produzidos na China, dos quais depende a fabricação de vacinas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz. Ou seja, a festejada “transferência de tecnologia” não atenderá à demanda exigida pela rápida propagação do vírus.

Os capitalistas brasileiros precisam encarar a vacinação em massa contra a Covid-19 — de preferência com imunizantes com eficácia geral maior do que as das vacinas compradas por Jair Bolsonaro e João Doria — como algo sério demais para deixar na mão de negacionistas aloprados e especialistas em marketing.

Capitalistas, uni-vos para salvar o país.

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