A demora para o grupo de Rodrigo Maia definir um candidato que enfrente Arthur Lira na disputa pela presidência da Câmara tem algumas razões.

A principal é a difícil escolha entre Baleia Rossi (MDB) e Aguinaldo Ribeiro (PP).

Baleia é o preferido dos partidos de centro-direita que compõem o bloco encabeçado por Maia. A resistência entre os partidos de esquerda já foi maior. O presidente nacional do MDB foi diagnosticado com Covid-19 no início deste mês, o que atrapalhou sua articulação corpo a corpo em Brasília.

Já os partidos de centro-esquerda e esquerda ainda preferem Ribeiro — o candidato do coração de Maia. O deputado, hoje no PP, chegou a fazer concessões a siglas da oposição em seu relatório da reforma tributária, que teve a data de entrega adiada.

Ontem, Rodrigo Maia promoveu um almoço em sua residência oficial para medir o apoio dos partidos aos dois pré-candidatos. Estiveram presentes, por exemplo, os presidentes do PSB, Carlos Siqueira; do PT, Gleisi Hoffmann; e do PDT, Carlos Lupi.

Ciro Gomes também participou do convescote, assim como os deputados Orlando Silva e Perpétua Almeida, ambos do PCdoB, e os líderes do bloco de Maia, que tem PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV.

Mesmo com a indefinição, a avaliação de deputados do entorno de Maia é que qualquer um dos candidatos tem força para vencer Lira, o candidato de Jair Bolsonaro.

Acredita-se que, se Baleia Rossi for escolhido, a esquerda o acompanharia para evitar a vitória de Bolsonaro. Já se o candidato for Aguinaldo Ribeiro, a principal dificuldade seria mantê-lo dentro do PP, partido liderado por Lira. Para isso, como noticiamos, o deputado já negocia sua filiação ao PSL.